Ética e transcendência: análise da intersubjetividade levinasiana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2000
Autor(a) principal: Paula, Maria Bernardete Gonçalves de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=14943
Resumo: <span style="font-style: normal;">A presente dissertação tem por objetivo analisar a transcendência ética da intersubjetividade levinasiana baseada na obra</span><em> Totalidade e infinito</em> (1961). Em quatro capítulos desenvolvemos a temática relativa aos três elementos constitutivos da intersubjetividade, a saber, a subjetividade, a relação metafísica e a alteridade, incluindo, por fim, a exigência ética da responsabilidade. Na Introdução abordamos a crítica de Levinas à totalidade como categoria fundamental da ontologia consagrada como filosofia primeira, a qual representa para nosso autor a justificativa teórica da guerra e da dominação. No primeiro capítulo tratamos da subjetividade na sua relação com o mundo e voltada para si mesma. Originando na sensibilidade o sujeito surge como separação, gozo e egoísmo em função dos quais se constituem a morada, a economia e a teoria. Em seguida apresentamos a metafísica como relação intersubjetiva na qual o homem transcende a si mesmo, saindo do seu egoísmo para acolher o Outro na bondade. Com a noção de Desejo metafísico e a idéia de Infinito o autor redefine o conceito de metafísica a partir da relação com a alteridade, cujo objetivo é elevar a relação intersubjetiva ao nível da transcendência e fazer da ética o fundamento de todo conhecimento, ou seja, transformar a ética em filosofia primeira. Em terceiro lugar expomos a visão do autor sobre a alteridade, mostrando o sentido do rosto como sensibilidade, revelação bem como seus vários significados. O rosto não é um objeto que se compreende e se desvela mas tem sentido próprio que se revela a partir de si mesmo. E por último apresentamos a natureza ética do sujeito como vocação pré-originária que consiste em ser responsável pelo Outro. A ética levinasiana leva o sujeito a passar do nível natural egoísta para o nível ético, assumindo o messianismo que o torna totalmente responsável não só pelo bem dos outros mas também pela instauração da justiça e da paz. Na metodologia usamos como fontes primárias as obras do autor <em>Totalidade e Infinito, Entre Nós - Ensaios sobre a Alteridade e Humanismo do Outro Homem"</em>. Na crítica utilizamos a <em>V Meditação Cartesiana</em> de Husserl sobre a intersubjetividade do ponto de vista fenomenológico e o primeiro capítulo de <em>Ser e Tempo</em> em que Heidegger coloca a questão do sentido do ser e do Dasein. Outros autores foram consultados como fontes secundárias, especialmente Luis Carlos Susin, Márcio Luis Costa e René Simon entre outros.