A emergência do conhecimento como paradigma econômico e produtivo no contexto de crise da capital: um estudo à luz da centralidade ontológica do trabalho

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Freres, Helena de Araújo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=88267
Resumo: <div style="">O presente trabalho consiste em um estudo, à luz da ontologia marxiano-lukacsiana, do caráter pragmático e mercantil que assume o conhecimento no atual contexto histórico de crise estrutural do capital. Para o desenvolvimento do assunto, partimos da exposição de alguns elementos postos por autores que defendem a existência de uma pretensa Sociedade do Conhecimento – baseada no desenvolvimento das tecnologias da informação e da comunicação –, cujo desdobramento imediato incide sobre a negação do trabalho, numa tentativa de cancelá-lo e afirmar o conhecimento como categoria central do ser social. Demonstramos que essa dita sociedade representa uma tese falsa, mas que é extremamente necessária ao capital para a continuidade de sua lógica, posto que a negação do trabalho desdobra-se nos seguintes problemas teórico-práticos: culmina na negação do valor, medido pelo tempo de trabalho socialmente necessário para produzir determinada mercadoria; aponta o conhecimento como medida do valor, ideia da qual são representantes Gorz (2005), Fausto (1989) e Marcos Dantas (2006); alimenta o mercado do conhecimento, vendido como qualquer mercadoria; responsabiliza cada indivíduo pelos dramas humanos agudizados no contexto de crise estrutural. Nesse contexto, em que a existência da humanidade é posta em xeque, a ciência e a tecnologia foram postas a serviço do complexo industrial-militar em nome da produção de descartáveis, utilizando-se da estratégia da redução do tempo de vida útil das mercadorias. Tal papel que assumem a ciência e a tecnologia é posto em posição antagônica à satisfação das genuínas necessidades humanas, em nome da sustentabilidade do próprio capital. Para a elaboração deste trabalho, lançamos mão do pensamento de autores ligados à defesa da dita Sociedade do Conhecimento, como Bell (1973, 1976), Castells (1999), Schaff (1991), Toffler e Toffler (1983, 1995, 2007) e Drucker (1977, 1999). Tais autores serão confrontados com o que saiu da letra de Marx e de Mészáros sobre o papel da ciência e da tecnologia no modo de produção capitalista, sobretudo no contexto histórico de crise estrutural do capital. Marx (1964, 2003, 2004, 1994, 2011a, 2011b, 2011c) demonstrou que o modo de produção capitalista exigiu o avanço da ciência e da tecnologia como estratégia do capital para a extração da mais-valia relativa; Mészáros (2003, 2006a, 2006b, 2006c, 2009), por sua vez, que concorda com as denúncias feitas pelo pensador alemão há quase dois séculos, acrescenta que em nosso tempo histórico, ciência e tecnologia assumem um caráter militarizado para garantir a continuidade do próprio sistema, não importando, evidentemente, o futuro da humanidade e do planeta.&nbsp;</div><div style="">Palavras-chave: Trabalho, Conhecimento, Crise Estrutural do Capital.</div>