Índios e terras: Ceará: 1850-1880

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Leite Neto, João
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=38183
Resumo: <span style="font-style: normal;">Esta tese, intitulada </span><em>Índios e Terras - Ceará: 1850-1880</em>, analisa o aparente desaparecimento dos povos indígenas no Ceará, na segunda metade do século XIX, contextualizado por diferentes processos de territorialização e de relações interétnicas, e também respaldado pelo silenciamento oficial quanto ao reconhecimento dessa etnia. O período enfocado inclui a vigência da Lei de Terras - aprovação, regulamentação, implementação, dinâmica, significados. Para desconstruir os argumentos defendidos pela elite dominante sobre o "desaparecimento" dos povos indígenas aldeados no Ceará, no período de 1850 a 1880, lacunas e silêncios, ditos e não-ditos do discurso oficial da época são demoradamente investigados. A atuação do Poder Legislativo local relativamente aos índios aldeados, as relações entre o Poder Judiciário provincial e a sociedade indígena, bem como o processo de demarcação de suas terras são analisados com base em documentos da Secretaria do Governo, dentre os quais ofícios expedidos pelo Presidente da Província às câmaras municipais de diversas vilas, e aos promotores, chefes de polícia, delegados e subdelegados de diversas localidades. Buscando desconstruir imagens e concepções sociais elaboradas historicamente com a finalidade de legitimar a condição de marginalizados vivida pelos povos indígenas ante à sociedade nacional, argumenta-se que, no Brasil, em especial, no Ceará, o "desaparecimento" indígena relaciona-se, dentre outros aspectos, à questão da terra. O discurso da elite dominante sobre o "desaparecimento" indígena é caracterizado como subterfúgio para a expropriação agrária e para utilização de índios como mão-de-obra assalariada a serviço dos grandes fazendeiros, já que no período analisado há uma efetiva presença indígena, resistindo bravamente à expulsão de suas terras e, consequentemente, à integração social forçada.&nbsp;<span style="font-size: 10pt;">Palavras-chave: Índios, terra, etnia.&nbsp;</span>