Representações Sociais de mães sobre o cuidado ao filho com cardiopatia congênita: Subsídios para o fortalecimento do vínculo mãe-filho

• Ano de defesa: 2022
• Autor(a) principal: Frota, Marilia Ximenes Freitas
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
• Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=107992

Estudo de abordagem multimétodos, do tipo Pesquisa Convergente Assistencial (PCA), fundamentado na Teoria das Representações Sociais (TRS), que teve como objetivo apreender as representações sociais elaboradas pelas mães sobre o cuidado do filho com Cardiopatia Congênita (CC) no ambiente hospitalar e a relação com o fortalecimento de vínculos mãe-filho. O cenário da pesquisa foi a unidade de cardiopediatria do Hospital Dr. Carlos Alberto Studart Gomes (Hospital de Messejana), localizado em Fortaleza (Ceará), instituição de reconhecimento nacional e internacional no tratamento de pacientes com CC. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do Ceará com nº de parecer 4346177. A coleta de dados ocorreu nos meses de outubro de 2020 a abril de 2021, com a participação de mães com filhos hospitalizados na Unidade de Terapia Intensiva e enfermaria cardiológica. A pesquisa foi composta por duas etapas. Na primeira, foi utilizado um formulário para traçar o perfil sociodemográfico das mães, o perfil clínico das crianças e a Técnica de Associação Livre de Palavras (TALP), aplicada em 88 mães. As palavras evocadas durante o TALP foram processadas no software Trideux 5.4, a partir da análise fatorial de correspondência. A segunda etapa foi aplicação do mesmo formulário sóciodemográfico, que contemplou oito mães, que posteriormente responderam a entrevista semiestruturada partir de uma pergunta norteadora: Como está sendo pra você cuidar de seu filho com doença do coração? A análise das entrevistas desvelou as principais categorias representativas das mães, que subsidiariam a discussão dos dados. Apreensão de outra realidade: nasceu meu filho com doença cardíaca; Itinerário materno: da enfermaria a UTI; Vivências compartilhadas no cuidado com o filho com CC; Pandemia por Covid-19, mais uma ameaça ao meu filho com CC. Após responderem os questionários e as entrevistas, as participantes integraram o grupo de convergência. Ainda nesta segunda etapa, ocorreu a aplicação do Processo dos Quatro Erres da PCA, sendo dividido em quatro fases: Fase do reconhecimento, intitulada “Nasce meu filho com cardiopatia congênita” com finalidade apreender as representações sociais das mães e o reconhecimento do filho com o diagnóstico de CC; Fase da revelação, intitulada “Experiência de ser mãe cuidadora ao filho com cardiopatia congênita” com finalidade de levantamento das necessidades informacionais das mães sobre o cuidar do filho com CC no hospital; Fase do Repartir, intitulado “Intercambio de experiência” no qual foram vivenciadas ações de cuidado com o filho com CC no hospital, a partir de educação em saúde, com o objetivo de transferir o que foi apreendido para a vida real; Fase Repensar, intitulada “Ninar- fortalecendo vínculos” com o objetivo de refletir sobre a importância de fortalecer dos vínculos mãe-filho, muitas vezes fragilizado pelo processo de hospitalização e adoecimento. Os resultados apontaram que as participantes do estudo comunicam suas representações a partir das informações, crenças e conhecimentos adquiridos dentro da realidade social em que vivem: no hospital. A partir da construção e organização representacional, a presença dos elementos como medo, incerteza, insegurança e ameaça, principalmente quando o filho está em UTI, são consideradas as representações mais marcantes que fragilizam o vínculo mãe-filho; bem como, os elementos como paciência, enfrentamento, amor incondicional, fé, aceitação, ajuda e gratidão são representações que traduzem o fortalecimento de vínculos.