Adesão e descontinuidade do uso da profilaxia pré-exposição ao hiv por mulheres trabalhadoras do sexo: uma revisão sistemática e metanálise

• Ano de defesa: 2025
• Autor(a) principal: Silveira, Germana Maria da
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
• Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=117721

A profilaxia pré-exposição é uma medida preventiva eficaz contra a infecção pelo HIV, que envolve a administração contínua de medicamentos antirretrovirais a indivíduos HIV-negativos com risco substancial de contrair uma infecção pelo HIV. Assim, esse estudo tem como objetivo, sintetizar as melhores evidências sobre o uso da profilaxia pré-exposição ao HIV para o manejo da adesão e descontinuidade entre mulheres trabalhadoras do sexo. Trata-se de uma Revisão sistemática com meta-análise, baseada nas recomendações do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA). A busca foi realizada nas bases PubMed, Embase, Scopus e Web of science e a literatura cinzenta da Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações – BDTD tendo como desfecho principal a prevalência da adesão e descontinuidade. O protocolo foi registrado no PROSPERO (CRD42024590530). Dois revisores independentes participaram de todas as etapas e fases de elaboração desse protocolo. A revisão contou com três fases, sendo que na primeira aconteceu a busca dos artigos nas bases de dados, na segunda aconteceu a identificação dos artigos duplicados e na terceira foi feita a extração dos dados dos estudos selecionados. O risco de viés foi avaliado utilizando os instrumentos de checklist do Instituto Joana Briggs. A análise da força da evidência foi realizada com a elaboração do GRADE (The Grading of Recommendations Assessment, Development and Evaluation). A busca identificou 992 registros nas bases de dados. Houve a exclusão de 448 duplicados, ficando 544 para a próxima fase. Na fase de leitura dos títulos foram excluídos 227 e 303 na leitura dos resumos. Foram selecionados 14 estudos, totalizando 26.394 mulheres, com idade variando de 18 até 46 anos, com escolaridade variando de sem alfabetização até ensino superior, com estado civil solteiras, casadas, divorciadas e viúvas. As estratégias utilizadas nos estudos para melhorar a adesão ao uso da PrEP foram: ligações telefônicas/SMS/Whatsaap, busca ativa, educação em saúde, visitas domiciliares, aconselhamento e teste de HIV, aplicativos e teleconsultas. As principais barreiras para a descontinuidade do uso da PrEP encontradas nos estudos foram: os locais de distribuição de medicamentos não amigáveis, desconfiança na indústria farmacêutica, efeitos colaterais, medo do estigma associado aos pacientes com HIV, receio de discriminação, efeito do álcool ou drogas e falta de conhecimento sobre o medicamento. Para realização da metanálise utilizou-se o software Review Manager (RevMan) [Programa de computador], Versão 5.4, The Cochrane Collaboration, 2020. O resultado encontrado em RR = 0.67 (0.20, 2.18) significa que houve a adesão das mulheres ao uso da PrEP, com redução em 33% a probabilidade de acontecer a descontinuidade, porém sem diferença estatisticamente significativa pelo fato do intervalo de confiança passar pelo 1 e o valor de p = 0.50. A observação dos estudos que compõem esta revisão indica adesão à PrEP, com redução em 33% a probabilidade de acontecer a descontinuidade, e os principais motivos para a descontinuidade identificados foram: efeitos colaterais, o esquecimento das doses e as mudanças na rotina diária. Os achados desta revisão fornecem evidências a respeito das barreiras para o uso da PrEP, contribuindo para a discussão sobre as estratégias de prevenção e combate à epidemia do HIV/AIDS. Palavras-chave: trabalhadoras do sexo; profilaxia pré-expoição; adesão; prevenção ao HIV.