Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2000 |
Autor(a) principal: |
Martins, Mônica Dias |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Ufc
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=87007
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Resumo: |
<div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">A tese trata das transformações provocadas pela implantação de uma usina de açúcar no sertão do Ceará. Em sua longa história, o Vale do Curu apresentou-se como uma área típica do semi-árido nordestino, produzindo essencialmente gado bovino, algodão, lavouras de subsistência e explorando o extrativismo vegetal. Entre 1964 e 1997, desafiando a natureza e as tradições culturais, a AGROVALE fabricou açúcar nesta área. Na propaganda oficial, seu proprietário, João Grangeiro, teria realizado o milagre de vencer a seca. O estudo examina a política agrícola dos governos militares E demonstra sua compatibilidade com a proposta de desenvolvimento regional da SUDENE. A pesquisa, que compreendeu consultas a inúmeros documentos e entrevistas, revelou que a decadência da pecuária e da cotonicultura e a perenização do rio Curu garantiram terra, água e mão-de-obra para a agroindústria açucareira. A reconstrução do trajeto de João Grangeiro esclareceu como o empresário arquitetou seus planos e obteve recursos para o empreendimento sucroalcooleiro, que exigiu grandes investimentos em irrigação, mecanização, variedades genéticas, adubação e defensivos. A formação da AGROVALE foi um processo induzido pelo Estado e de alto custo social. João Grangeiro fez amizades com famílias dominantes, políticos governistas, lideranças patronais e a hierarquia militar. Numa conjuntura favorável, ampliou e diversificou seus negócios, vindo a ser o maior produtor de açúcar e de álcool do Ceará. Relações informais com a tecnocracia facilitaram o acesso a infra-estrutura, créditos, tecnologias e informações. A idéia do empresário que venceu por mérito próprio não é sustentável; cessado o generoso apoio do poder, a empresa faliu. A monocultura canavieira trouxe graves consequências para a sociedade no Vale do Curu: tornou o meio-ambiente mais vulnerável e reduziu os recursos usuais de sobrevivência do sertanejo. A usina controlou o curso do rio, apossou-se dos melhores solos, alterou a estrutura demográfica. Expropriou, proletarizou, integrou e urbanizou os trabalhadores rurais que passaram a ter novos interesses, necessidades, costumes e valores.</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">Palavras-chave: Ditadura militar. Sertão Nordestino. Agroindustria canavieira. Vale do Curu.</span></font></div> |