Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Francisco Rafael Queiroz de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual do Ceará
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=84640
|
Resumo: |
<div style="">A presente dissertação apresenta uma reflexão sobre a perda de mundo comum na modernidade, tema bastante investigado por Hannah Arendt, sobretudo na obra A Condição Humana (1958). Partindo da concepção arendtiana, entendemos que o mundo é o espaço que ao mesmo tempo reúne e separa os homens, e, diferentemente da Terra, ele é produzido pela ordem do não natural. O mundo pode ser caracterizado tanto por seu aspecto tangível, ou seja, quando é pautado pelo artifício das mãos humanas, quanto por sua característica de intangibilidade, o lugar da política e o palco dos negócios humanos. Segundo Arendt, hoje o mundo comum encontra - se ameaçado pela usurpação da esfera pública pelos interesses do âmbito privado, tornando a vida biológica o bem supremo. O homem da ação perdeu espaço para o homem do trabalho e do consumo, o animal laborans. A ameaça totalitária comprovou que o processo de desmundanização é possível até as últimas consequências. Esse rastro teórico arendtiano tem nos movido a buscar compreender como se deu esse processo de colapso do mundo comum e se em plena modernidade ainda há formas de preservá-lo e renová - lo. Arendt faz um alerta, afirmando de maneira categórica que nós, os adultos, não podemos abrir mão da responsabilidade de preservamos e apresentarmos o mundo para os recém - chegados. A partir dessa questão, nossa presente dissertação se ocupará em analisar a problemática da relação entre a perda do mundo comum e o depauperamento da experiência, conceito esse tão caro ao filósofo Walter Benjamin e, dessa maneira, tenta responder ao seguinte questionamento: Em uma sociedade fruto da ruptura com a tradição, que nos legou uma crise da autoridade, a transmissão de valores e experiências de vida ainda é possível? Se a figura do narrador se encontra em extinção, o que os mais velhos ainda podem apresentar aos mais jovens? Para tanto, optamos por realizar, a partir do pensamento de nossa autora, uma reflexão entre Hannah Arendt e Walter Benjamin. Ambos os pensadores realizam um diálogo reflexivo e crítico com relação à tradição, acreditam que mesmo sem uma tradição que nos ampare e oriente, há a possibilidade de adentramos ao campo de ruínas, olharmos para o passado e dele extrairmos algumas marcas luminosas. E, como nos diz nossa autora, mergulharmos até as profundezas do mar e nele enxergarmos pérolas e corais, momentos da história em que podemos dar ressignificação e, assim, nos convencer de que não podemos virar as costas para o mundo. Em nossa análise, consideramos que o encontro intergeracional se notabiliza não como uma forma de relação autoritária ou de dominação, mas sim de uma possibilidade do novo, esperança que é estabelecida a cada nascimento. Palavras-chave: Hannah Arendt. Mundo comum. Autoridade. Experiência. Walter Benjamin.</div> |