A escrita espontânea de crianças do 1º ano do ensino fundamental de uma escola pública de Fortaleza: exercícios analíticos sobre cenas de alfaletramento.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Gadelha, Carmen Stela Vasconcelos Costa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=113415
Resumo: Partindo do pressuposto de que o trabalho pedagógico com a linguagem na escola deva se realizar enquanto prática social no processo de aprendizagem da escrita pelas crianças na fase inicial de alfabetização, o objetivo geral deste estudo consiste em analisar o processo de escrita espontânea de crianças do 1o ano do Ensino Fundamental de uma escola pública de Fortaleza. Nessa investida, foram definidos os seguintes objetivos específicos: 1) investigar os impactos de uma sequência didática orientada na produção escrita espontânea das crianças no contexto de aprendizagem do SEA; e 2) mapear as experiências com a escrita espontânea evidenciadas no contexto investigado que se mostram significativas para as crianças. Como procedimentos de geração de dados, adotamos: a) aplicação de uma Sequência Didática (SD) orientada para as crianças; e b) realização de rodas de conversa (RDC) com as crianças. Os procedimentos analíticos deram conta de compreender as produções textuais das crianças durante a aplicação da SD e as transcrições das falas das crianças durante as RDCs. De forma mais específica, foram analisados treze textos iniciais e treze textos finais do experimento, além das verbalizações das crianças sobre a experiência com a escrita na escola. Em adição, contamos, como instrumento de consulta, com um diário de campo, composto pelas observações e reflexões da professora/pesquisadora. Nosso estudo conformou-se como uma pesquisa-ação, por meio de uma abordagem qualitativa, situada na área da Linguística Aplicada (LA). A análise do material foi realizada com base no arcabouço teórico composto por estudos sobre: a aprendizagem numa perspectiva sócio-histórica (VIGOTSKI, 2007; 2017); pré-história da escrita infantil (LURIA, 2017); alfabetização numa perspectiva discursiva (SMOLKA, 2012; GOULART, 2013; 2019); Sistema de Escrita Alfabética - SEA (MORAIS, 2012); alfabetização e letramento (KLEIMAN, 2005; SOARES, 2020); e concepção de escrita como interação (KOCH; ELIAS, 2022). A análise mostrou que as concepções infantis são divergentes e sofrem influência de “vozes sociais” oriundas de seus contextos. De forma geral, entendem que a escrita é um conhecimento aprendido na escola por meio de cópias de uma escrita padronizada. Logo, não sentem suas escritas espontâneas legitimadas. Em contrapartida, o estudo revelou o impacto positivo de uma SD orientada na produção escrita espontânea das crianças, assim como na apropriação do SEA. Os resultados alcançados permitem confirmar que criar possibilidades significativas para escrever espontaneamente, levando em conta uma perspectiva discursiva, fomenta a construção de crianças autoras e autoconfiantes para dizer por meio da linguagem escrita, inserindo-se socialmente. Palavras-chave: Alfaletramento; Alfabetização discursiva; Linguagem escrita; Escrita espontânea; Produção textual.