Irmã Elisabeth Silveira: história e memória de uma freira educadora cearense (1943-1968)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Sousa, Francisca Genifer Andrade de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=94441
Resumo: O estudo se debruça sobre a docência de Irmã Elisabeth Silveira, cujo nome de batismo era Maria José Bastos Silveira, mas ficou conhecida pelo primeiro nome desde que se tornou freira. Essa educadora dedicou mais de 60 anos de sua vida à causa educativa no Colégio da Imaculada Conceição, Fortaleza-CE, instituição confessional onde permaneceu vinculada desde os 10 anos de idade até falecer, atuando no magistério, na coordenação e na direção geral. O objetivo foi compreender a docência da professora irmã Elisabeth Silveira na sua interrelação com o contexto socioeducativo no período de 1943-1968. Metodologicamente, amparou-se nos preceitos da História Cultural, que alargou as possibilidades de fontes de pesquisa e tornou passível de estudo qualquer vestígio humano; na Micro-História, que oportuniza o conhecimento do aspecto geral a partir do estudo do singular; e na Biografia como gênero acadêmico. A coleta de dados procedeu por meio da História Oral com cinco entrevistadas (duas ex-alunas, duas amigas e uma sobrinha da biografada) entrecruzada com outras fontes – jornais, livros de homenagens, fotos, certificados e outros documentos pessoais. Os resultados apontam que Elisabeth Silveira foi uma mulher que gozou de trajetória formativa privilegiada incrementada por capital cultural e informacional diferenciado, pois somente as moças mais abastadas tinham acesso e davam continuidade à educação formal no cenário cearense do século passado, e ela pôde usufruir dessa educação, bem como da possibilidade de atuar em um dos mais prestigiados colégios do estado do Ceará, o Imaculda Conceição. Enquanto a família residia na cidade de Pacoti, Irmã Elisabeth morou em Fortaleza com duas tias e iniciou a escolarização no Grupo Escolar Santos Dummont, e, mais tarde, aos 10 anos de idade, entrou no Colégio da Imaculada Conceição, onde concluiu o Curso Normal, aos 17 anos. Na sequência, retornou a Pacoti para auxiliar nas atividades domésticas, na educação dos irmãos mais novos e também lecionar no Grupo Escolar Menezes Pimentel. Aos 23 anos decidiu se tornar freira e entrou para a Congregação das Filhas de Caridade de São Vicente de Paulo, quando fez voto de caridade, de pobreza e de castidade. Como professora, nota-se que ela reproduziu as práticas educativas empreendidas pelo grupo de religiosos onde estava inserida desde criança: práticas tradicionais com foco no disciplinamento das estudantes. Organizou o Grupo Luízas de Marilac sob o intuito de disseminar a caridade entre o público idoso das periferias da cidade, e este deu origem ao Grêmio Lítero-Recreativo para a discussão de obras clássicas e de escritos religiosos. Fundou a Associação das Ex-alunas do Colégio da Imaculada Conceição, até hoje em atividade combinando a educação religiosa com obras de caridade. A vida profissional de Elisabeth Silveira como educadora religiosa demonstra que ela vivenciou momentos de transição da educação local e nacional, como o contexto da Ditadura Militar, a implantação do ensino ativo, o advento da informática e o enfraquecimento dos colégios confessionais. Portanto, se constituindo em rico objeto de estudo para as discussões pertinentes à história da educação.&nbsp;<div>Palavras-chave: Biografia. Irmã Elisabeth Silveira. Educação.&nbsp;</div>