Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Barrero Junior, Roger Camacho |
Orientador(a): |
Schmidt, Benito Bisso |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Palavras-chave em Espanhol: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/231675
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Resumo: |
Esta tese tem o objetivo de estudar a inserção de mulheres nos espaços da política institucional e nos movimentos sociais no decorrer dos séculos XX e XXI por meio das trajetórias de três militantes de esquerda de São Paulo: a atriz Lélia Abramo (1911 – 2004), a assistente social Luíza Erundina de Sousa (1934 –) e a professora e administradora Irma Rossetto Passoni (1943 –). A escolha dessas vidas se deu pela viabilidade geográfica da pesquisa, além do fato de representarem uma pequena parcela da diversidade de experiências presentes nos movimentos políticos e sociais do século XX. Todas tiveram contato entre si e se tornaram quadros do PT e do processo de redemocratização brasileiro. A primeira era filha de um casal italiano da elite paulistana, a segunda de camponeses que tiveram de migrar mais de uma vez devido à seca e a terceira vinha de uma família de comerciantes do oeste catarinense e que se mudou para São Paulo a fim de prosseguir na carreira escolar/acadêmica. Cada uma delas teve uma origem familiar distinta, o que auxiliou na construção de seus pertencimentos de classe, gênero e região. Com tais repertórios, elas moldaram seus projetos e visões sobre o entorno e puderam assim estabelecer laços profissionais e de amizade com sindicalistas, líderes comunitários ou moradores da periferia. Lélia iniciou sua militância em grupos trotskistas na década de 1930; Luíza em movimentos estudantis e Irma junto a religiosos progressistas, ambas nos anos 1960. Todas tiveram contato com sindicatos ou grupos de trabalhadores e foram perseguidas no regime civil-militar brasileiro (1964 – 1985). Inseridas nesses espaços e com carreiras consistentes, elas tiveram o Partido dos Trabalhadores (PT) como uma opção viável em 1980 e, a partir dessa agremiação, construíram suas trajetórias na política institucional. Lélia se candidatou ao Senado (1982) e foi membro da Secretaria de Cultura de São Paulo (1989 – 1993); Luíza foi vereadora (1983 – 1987), deputada estadual (1987 – 1989), prefeita de São Paulo (1989 – 1993) e ministra (1993); Irma foi deputada estadual (1979 – 1983), federal (1983 – 1995) e atuou na Assembleia Nacional Constituinte (1987 – 1988). Contudo, os caminhos não eram os mesmos e cada uma delas tomou um rumo diferente nos anos 1990 e 2000. Lélia faleceu em 2004, mas teve o seu passado encenado nos anos seguintes; Luíza segue como deputada federal e passou para o PSB (1997) e o PSOL (2016); Irma, por sua vez, licenciou-se temporariamente do PT para trabalhar no Ministério das Comunicações (1995 – 1996) e fundou o Instituto de Tecnologia Social (ITS) em 2001. Mesmo assim, o PT segue sendo o marco central de suas vidas, o que influiu na formação de seus projetos ou na manutenção de suas imagens. Ao observar suas trajetórias, devemos compreender como o gênero, a raça e a classe foram centrais na construção de seus campos de possibilidades. Para tanto, partimos da ideia de que há diferentes branquitudes e feminilidades para estudarmos essas vidas e relacioná-las a um período e sociedade, rompendo assim com categorias fixas e generalizações. |