Resumo: |
<font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">Esta dissertação é o produto final de uma pesquisa de cunho etnográfico em que tive o objetivo de analisar a natureza performativa da política de representação sobre masculinidade presente naquilo que chamei de forma de vida cultural forró eletrônico. Situamos esta pesquisa no Campo Interdisciplinar de Estudos da Nova Pragmática (RAJAGOPALAN, 2010; SILVA; MARTINS FERREIRA; ALENCAR, 2014), uma perspectiva teórica que tem evidenciado os aspectos éticos, político e ideológicos de nossos usos linguísticos (RAJAGOPALAN, 2003) e um diálogo com estudos sobre identidades sociais (ALBUQUERQUE, 2010; BUTLER, 2003; CONNELL, 2005; HALL, 2003; MOITA LOPES, 2005; PINTO, 2009). Os dados foram gerados em contextos de produção, circulação e consumo de forró em Fortaleza-CE, especificamente no Clube de shows Street Beer e nas residências dos participantes. Ao pensar as vivências culturais do universo forrozeiro, considero as regras sociais, as convenções ritualizadas, os hábitos, os costumes e instituições recorrentes a esta prática e sua citacionalidade e iterabilidades (BUTLER, 2004; DERRIDA, 1991) na construção de identidades sociais. Como resultados, percebemos que o forró eletrônico, embora recorra ao imaginário de um mundo globalizado e contemporâneo que desestabilizaria a tradição, acaba por dialogar com formas históricas de definir a masculinidade na região Nordeste, notadamente em suas reivindicações identitárias para o homem, em outras palavras, o forró eletrônico demanda uma masculinidade nova, mas repleta de resquícios de sentidos hegemônicos. Concluímos salientando a relevância de pensar formas de desestabilizar as identidades, sobretudo, por seu poder de gerar desigualdades de gênero e estigmas, exclusões e punições á aqueles que não desempenham corretamente seu gênero tal como pensado hegemonicamente.</span></font> |
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