Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
ESMERALDO, TICIANA MOTA |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual do Ceará
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=85275
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Resumo: |
Introdução: O regime imunossupressor de manutenção padrão para receptores de transplante hepático (TxH) consiste no uso do tacrolimo (TAC) associado a corticoide (CS). Este regime é eficaz na prevenção de eventos imunomediados, mas está associado a eventos adversos, notadamente disfunção renal e distúrbios metabólicos. Evidências apontam que o uso de everolimo (EVR) ou micofenolato sódico (MPS) associados a TAC em concentrações sanguíneas reduzidas (TAC-r) proporcionam eficácia semelhante ao regime padrão, com menos eventos adversos. Não há, no entanto, estudos que exploram estas estratégias em nossa população, que apresenta peculiaridades demográficas e clínicas. Além disso, poucos estudos exploraram a estratégia de iniciar o EVR antes do 30o pós-operatório. Objetivo: Avaliar e comparar a eficácia e a segurança em 6 meses das associações TAC-r + EVR e TAC-r + MPS, com eliminação do CS no 3º mês, em receptores de TxH de um centro único localizado no Nordeste do Brasil e, a partir destes resultados, definir o protocolo de escolha do regime imunossupressor inicial do serviço. Métodos: Ensaio clínico prospectivo, aberto, randomizado, de centro único, incluindo receptores adultos de TxH realizados entre janeiro de 2016 e outubro de 2017. Ambos os grupos receberam TAC 0,05mg/Kg 2x/dia iniciado nas primeiras 72h após a reperfusão do enxerto com o objetivo de manter C0 entre 4 - 7 ng/mL até o 3o mês e 3 - 5 ng/mL do 4o ao 6o mês. O grupo EVR recebeu EVR 1mg 2x/dia iniciado quando as plaquetas estavam > 35.000 céls/mm3, com o objetivo de manter C0 entre 3 - 8 ng/mL durante todo o período de estudo. O grupo MPS recebeu MPS 180mg 2x/dia iniciado assim que os valores de plaquetas estavam > 50.000 céls/mm3, sendo a dose posteriormente ajustada de acordo com a melhora das citopenias e tolerância do paciente. A prednisona foi iniciada na dose de 20mg, com desmame progressivo até o mês 3. Resultados: 74 pacientes foram incluídos: 36 no grupo EVR e 38 no grupo MPS. Os grupos eram demográfica e clinicamente semelhantes no baseline: idade média de 54,1 ± 11 anos, predominância do sexo masculino (74,3%) e da raça parda (52,7%), cirrose alcoólica como principal doença que levou ao TxH, (29,7%), prevalência de carcinoma hepatocelular (17,6%) e hepatite C (13,5%), valor médio dos escores MELD (20,7 ± 8,6) e MELD ajustado (25,3 ± 6,2), creatinina sérica (1,16 ± 0,64 mg/dL), história de diabetes mellitus (41,9%). Os grupos também foram semelhantes quanto à demografia dos doadores:<br/>predominantemente jovens (35,9 ± 16,3 anos), sexo masculino (63,5%) e com morte de causa traumática predominante (54,1%). O tempo de isquemia fria médio foi de 4,4 ± 0,2 horas e não houve diferença entre os grupos. Quanto ao desfechos de 6 meses, não houve diferenças estatisticamente significantes entre os grupos EVR e MPS quanto à incidência de rejeição clínica (16,7 vs. 18,4%, p = 1,000), rejeição mediada por células T comprovada por biópsia (8,3 vs. 15,8 %, p = 0,481), complicações de vias biliares (16,7 vs. 31,6 %, p = 0,135), trombose de artéria hepática (11,1 vs. 7,9%, p = 0,637), hérnia incisional (8,3 vs. 7,9%, p = 0,945), eventos por citomegalovírus (19,4 vs. 28,9%, p = 0,421), hipertensão arterial sistêmica pós-TxH (11,1 vs. 7,9% p = 0,637), dislipidemia (27,8 vs. 10,5%, p = 0,058), diabetes mellitus pós-TxH (11,1 vs. 7,9%, p = 0,637) e função renal no sexto mês (81,61 ± 37,2 vs. 81,91 ± 25,3 mL/min/1.73m2, p = 0,217). Os grupos foram ainda semelhantes quanto às sobrevidas do paciente (80,6 vs. 92,2%, log rank = 0,159) e do enxerto (94,4 vs. 90,7%, log rank = 0,558) em 6 meses. O percentual de pacientes vivos, com enxerto funcionante e em uso de regime imunossupressor inicial foi de 66,7% no grupo EVR e 81,5% no grupo MPS (p = 0,429). Conclusão: Os regimes imunossupressores baseados em EVR (com início precoce) ou MPS associados a TAC-r, num regime com eliminação do CS no terceiro mês, apresentaram desfechos de eficácia e segurança semelhantes no curto prazo.<br/>Palavras-chave: Transplante hepático. Tacrolimo. Everolimo. Ácido micofenólico. |