As meninas-mulheres de Hillbrow: teatro comunitário e pedagogia Ubuntu.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Cunha, Adriana Miranda da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: eng
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.udesc.br/handle/UDESC/14855
Resumo: O texto apresenta análises históricas e políticas sobre as teorias e práticas comunitárias africanista e ecofeminista, com foco nas pedagogias teatrais manifestas no Teatro Hillbrow, que se localiza no centro da cidade de Joanesburgo, África do Sul. Esse teatro foi construído em um chão que se chamava apartheid, e que desde 1990 com a queda deste regime de governo, sua história vem sendo reescrita como um espaço de construção do sentido de comunidade. Durante o apartheid, o bairro Hillbrow foi profundamente atingido pelas remoções da população negra e “colorida”, e pela dinâmica de higienização social em uma perspectiva eugenista. Na era pós-apartheid, o bairro foi reocupado múltiplas vezes, e o espaço teatral ressignificado como um teatro comunitário. Aqui, contamos a história do bairro, que está diretamente ligada à história do teatro, e procuramos levantar os eventos mais marcantes para sua constituição e sustentabilidade. Na tessitura de memórias, análises sobre a migração mundial evidenciam o bairro como local de superdiversidade, e evocam a compreensão da relevância do trabalho realizado no teatro, sobretudo no campo da educação. Apresento a estrutura organizacional estabelecida ao longo de aproximadamente 20 anos de história: desde seu início informal, quando o Teatro do Oprimido, de Augusto Boal, orientava o fazer teatral, até o estabelecimento da organização não-governamental Fundação Comunitária Outreach, que criou os programas “Depois da Escola” e “Escolas Secundárias” como base para sua permeabilidade social. Para apresentar as pedagogias que as pessoas do Teatro Hillbrow utilizam, apresento a análise da peça “Thwala”, com informações importantes sobre a temática da religiosidade e das políticas do corpo naquele contexto, e revelo detalhes do processo criativo. Na base deste estudo de caso, engajamos metodologias cartográficas de pesquisas, evidenciando as “conversas”, ou perspectiva de estar com as pessoas do teatro, e das “perambulações” pelo bairro, para que pudesse descrever desde a experiência vivida. A fotografia tornou-se, ambos, modo de criação de vínculos entre pessoas envolvidas nessa pesquisa, e registro artístico da autora. Desse trabalho nasceu também um documentário “Meninasmulheres de Hillbrow”, que está disponível no Youtube, no link https://www.youtube.com/watch?v=5TPUx7a2G4&t=1859s . Como aporte teórico, sobretudo para a fundamentação do que chamo de pedagogia Ubuntu, entrelaçamos um corpo de autores africanistas, postos em relação dialógica com teorias de estudos de mulheres e o ecofeminismo, contrapondo algumas ideias universalistas advindas dos estudos sobre teatro comunitário.