Teste de exercício com carga constante versus Teste de esforço incremental máximo em indivíduos com doença cardiovascular: revisão sistemática e metanálise

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Mortimer, Felipe Moreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.udesc.br/handle/UDESC/21731
Resumo: Introdução: A doença cardiovascular é a principal causa de morbimortalidade no mundo, sendo responsável por cerca de 31% dos óbitos, além de levar a incapacidades e piora da qualidade de vida. As principais terapêuticas são os procedimentos cirúrgicos, medicamentosos e de reabilitação. O diagnóstico da doença e a resposta aos tratamentos podem ser avaliados com testes funcionais. Entre os mais utilizados estão os testes incrementais, como o teste cardiopulmonar do exercício, padrão de referência para a avaliação diagnóstica e prescrição de exercícios. Testes de carga constante ou testes de endurance retratam os esforços realizados nas atividades cotidianas e são especialmente aplicados para avaliar os efeitos dos procedimentos terapêuticos, como o treinamento físico. Objetivos: Comparar os estudos sobre a utilização de testes de exercício com carga constante e testes de esforço incremental em relação à capacidade de avaliação do desempenho funcional em resposta a intervenções terapêuticas em indivíduos com doença cardiovascular. Métodos: A revisão sistemática foi guiada pelo checklist PRISMA e registrada na plataforma PROSPERO (CRD42020190214). A busca foi realizada em julho de 2020, em dez bases de dados (PubMed, Scopus, Web of Science, Embase, CINAHL, LILACS, PEDro, SPORTDiscus, Livivo e Cochrane Library), além de busca no Google Scholar. Foram utilizadas combinações dos termos relacionados à estratégia PECO: (P) indivíduos com doença cardiovascular submetidos a procedimento terapêutico; (E) que foram expostos à avaliação com testes de exercício de carga constante; (C) em comparação a teste de esforço incremental; (O) para avaliar desfechos de capacidade funcional. Os estudos foram selecionados sem limitação temporal ou de idioma por dois avaliadores independentes, utilizando a plataforma on-line Rayyan (Qatar Computing Research Institute - QCRI, Doha, Catar), seguindo a ordem de análise por título, resumo e texto completo. Resultados: Foram identificados 9.453 estudos, dos quais 24 foram incluídos na análise qualitativa. Nos estudos, as intervenções adotadas foram: treinamento físico (79%) e tratamentos medicamentosos (21%). A insuficiência cardíaca foi o diagnóstico prevalente (54%), seguido pela doença arterial coronariana (17%), doença arterial obstrutiva periférica (13%), doença cardíaca congênita (8%), hipertensão (4%) e fibrilação atrial (4%). O teste com carga constante mostrou-se mais responsivo em detectar alterações na capacidade funcional, com melhora expressiva nas avaliações em que foi utilizado, apresentando incremento de 105% nos desfechos em relação ao baseline. Os testes incrementais e máximos evidenciaram alterações de 11% para o consumo de oxigênio, 23% no consumo de oxigênio no limiar de anaerobiose e 23% na carga máxima de trabalho. Nas comparações entre os testes realizadas na metanálise, o tempo de duração do teste de carga constante foi mais responsivo que o consumo de oxigênio do teste incremental (SMD 1,59, IC 95% 0,88 – 2,29). Na análise de subgrupos quanto ao diagnóstico clínico, o teste de carga constante foi mais responsivo nos grupos de insuficiência cardíaca, doença arterial coronariana e doença arterial obstrutiva periférica. Na análise por tipo de intervenção, os estudos com teste de carga constante também apresentaram resultados superiores. Conclusão: Os testes de exercício com carga constante são mais sensíveis em detectar mudanças na capacidade funcional em indivíduos com doença cardiovascular que foram submetidos a alguma intervenção terapêutica. Tendo em vista a qualidade metodológica dos estudos avaliados, sugere-se que os futuros estudos adotem procedimentos tipo checklist para aprimoramento da qualidade dos resultados apresentados, de modo a incrementar a certeza da evidência avaliada. Com isso, os testes de carga constante poderão ganhar maior espaço na prática clínica, facilitando a avaliação dos desfechos funcionais pelos profissionais das equipes de atenção aos cardiopatas.