Avaliação de aditivos à base de leveduras sobre a fermentação ruminal utilizando sistema de fluxo contínuo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Cagliari, Amanda Regina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.udesc.br/handle/UDESC/19037
Resumo: A inclusão de aditivos é uma dessas estratégias, focando na otimização do processo fermentativo no rúmen e na melhoria da simbiose entre microrganismos ruminais e o hospedeiro. Entre os aditivos, ionóforos e prebióticos são destacados por sua importância. Os ionóforos, eficazes na melhoria da eficiência fermentativa dos alimentos, agem sobre bactérias grampositivas. Seu uso levanta preocupações sobre resíduos em produtos de origem animal e resistência bacteriana. Desde janeiro de 2006, a União Europeia proibiu seu uso na alimentação animal, o que aumentou a necessidade de alternativas. Este estudo avaliou três aditivos à base de levedura como alternativas à monensina nos parâmetros de fermentação ruminal, utilizando um sistema in vitro. Seis fermentadores foram usados em dois quadrados latinos simultâneos 5x5, com três períodos de 10 dias cada (7 dias para adaptação e 3 dias para coleta de amostras). Cada quadrado latino atribuiu um nível baixo ou alto de concentrado às dietas de bovinos de corte, com cinco tratamentos: Controle: Sem aditivos; Mistura 1: Cultura de levedura (Saccharomyces cerevisiae), betaglucanos, frutooligossacarídeos, galactooligossacarídeos e mananoligossacarídeos (1600 mg/kg de matéria seca - MS); Mistura 2: Frações de beta-glucano e mananoligossacarídeo de Saccharomyces cerevisiae (1600 mg/kg MS); Células de levedura: Células de levedura hidrolisadas, inativadas e secas por aspersão (Saccharomyces cerevisiae; 2133 mg/kg MS) e Monensina (25 mg/kg MS). Os fermentadores foram alimentados com 77,80 g/MS/dia e 60,0 g/MS/dia alto e baixo concentrado respectivamente, divididos em duas refeições diárias. Nos dias 8, 9 e 10, amostras de efluente de digesta sólida e líquida foram coletadas e armazenadas a -20°C. Subamostras de 10 ml foram usadas para determinar nitrogênio amoniacal (NH3-N) e ácidos graxos voláteis (AGV). Os dados foram analisados usando o procedimento PROC MIXED no SAS com a = 0,05. Dietas com alto concentrado apresentaram maior digestibilidade da matéria orgânica (MO), mas menor digestibilidade de proteína bruta e fibra em detergente neutro (FDN) (P<0,01). Não houve diferença estatística entre os aditivos para digestibilidade de MS, MO e FDN (P>0,05). A produção total de AGV e a concentração de butirato foram maiores para a dieta de alto concentrado (P<0,01). O pH e as concentrações de acetato e iso-butirato foram maiores para a dieta de baixo concentrado (P<0,01). Os tratamentos com Mistura 1, Mistura 2 e Células de Levedura apresentaram maior produção de AGV comparado ao controle (P=0,04). Mistura 1 mostrou maior concentração de propionato nos fermentadores alimentados com dieta de alto concentrado (P<0,01). A relação acetato:propionato foi menor para Mistura 1 na dieta de alto concentrado em comparação com Controle, Células de Levedura e Mistura 2 (P<0,01). A dieta de alto concentrado mostrou melhores resultados em eficiência microbiana, eficiência de N, fluxo de N e fluxo de N bacteriano (P<0,01). Mistura 2 e Controle apresentaram maior fluxo de proteína não degradável no rúmen em comparação com Células de Levedura e Mistura 1 (P<0,01). Esses resultados sugerem que aditivos à base de levedura podem substituir a monensina, melhorando a fermentação ruminal e promovendo maior sustentabilidade na pecuária.