Revista Claudia: representações do feminino e da beleza (2014-2020)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Lava, Paloma
Orientador(a): Luchese, Terciane Ângela
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: https://repositorio.ucs.br/11338/10058
Resumo: Esta dissertação, vinculada ao Programa de Pós-Graduação em História, Mestrado Profissional e na linha de Fontes e Acervos na Pesquisa e Docência em História se propôs a analisar as representações de beleza feminina nas capas da Revista Claudia da segunda década do século XXI, mais especificamente de 2014 a 2020. A investigação teve como intuito pensar o ensino de História em suas relações com as lutas feministas, levando em consideração os movimentos sociais que ocorreram com maior ênfase em 2015, podendo assim perceber se ocorreram mudanças (ou não) nas representações da revista dentro do período de estudo. O objetivo geral desta investigação é pesquisar nas capas da revista Claudia as representações do feminino e da beleza, no recorte temporal entre 2014 e 2020, pensando nas possíveis relações para o ensino de História. Como principais contribuições teóricas e metodológicas para a realização deste estudo, destaco Chartier (1998, 2002, 2009, 2010, 2011 e 2020), Louro (1995, 1997, 2008), Mira (1997), Pedro (2012), Peen (2017), Perrot (2007), Pinto (2010), Scalzo (2011) e Scott (1995). Da análise das capas selecionadas, percebemos que elas passaram a ter um maior apelo de assuntos importantes e sensíveis às mulheres a partir de 2015, possivelmente influenciadas pela onda de protestos que tomou a América Latina em 2015 e 2016. Manifestações que tiveram grande aderência das mulheres, principalmente de jovens e que se iniciaram no Brasil após a aprovação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Federal da PL 5069- 2013, um projeto de lei que previa a limitação do atendimento as vítimas de estupro. Assuntos recorrentes vinculados à moda e a troca de estações; às representações do corpo feminino magro; apelos a uma 'beleza natural'; a prevalência de mulheres brancas, a falta de representatividade de corpos que fogem ao padrão de mulher branca, magra, famosa e bem-sucedida; a constante manutenção do feminino frágil, delicado e preocupado com a beleza; essas são algumas das conexões que encontramos entre as capas analisadas. Como dimensão propositiva e conexão com o ensino de história, pensando em mídias e na produção de discursos diferenciados sobre o lugar da mulher e seu protagonismo na História, produzimos uma série de seis podcasts que foram divulgados nas mídias sociais em especial em um perfil do Instagram Protagonismo Feminino. Os podcasts foram um modo de abordar e questionar práticas machistas presentes no dia a dia das mulheres, mostrando que a revista Claudia está dentro do contexto social e cultural contemporâneo. Fizemos a seleção de alguns temas mais amplos como o machismo no esporte, o machismo na literatura clássica brasileira, a invisibilidade histórica das mulheres, a violência contra as mulheres, o feminismo negro e a representação do feminino e da beleza. Através deste estudo podemos concluir que o machismo ainda perpassa nossa sociedade e está presente no nosso cotidiano, fazendo-se presente nas representações de beleza feminina que circulam em revistas como Cláudia e em outros materiais publicitários. Por conta disso são importantes os estudos de gênero para que possamos compreender o processo que vivemos e lutar contra ele desta forma, esta pesquisa buscou contribuir com o tema e oferecer subsídios para a reflexão sociocultural. [resumo fornecido pelo autor]