Estudo da estabilidade da micela de caseina em leite estável e instável não ácido

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Fortuna, Lelis Aparecida Petrini
Orientador(a): Echeverrigaray, Sérgio
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: https://repositorio.ucs.br/handle/11338/969
Resumo: O leite instável não ácido (LINA) caracteriza-se pela perda da estabilidade da caseína ao teste do etanol, sem apresentar acidez acima de 18 °D. Este tipo de leite não é transportado para a indústria devido à subjetividade e imprecisão do teste do etanol, o qual não diferencia os tipos de leite, sendo eles: leite normal, LINA e o leite ácido. Este trabalho teve como objetivo contribuir para a compreensão dos fenômenos físico-químicos envolvidos na estabilidade e instabilidade das micelas de caseína em LINA e leite estável bovino e, desenvolver testes alternativos para a identificação e diferenciação de leite estável, ácido e LINA. Para este estudo foram utilizadas 58 vacas da raça Jersey e 130 vacas da raça Holandês em lactação. Teste de mastite subclinica para os animais da raça Jersey revelou 67% de positividade. O principal agente microbiano isolado do leite foi o Staphylococcus coagulase positivo. Não foi evidenciada relação entre a mastite subclínica e o LINA. Os atributos químicos do leite apresentaram diferenças significativas entre as raças avaliadas, independente da estabilidade do leite. Animais com períodos de lactação mais longos apresentaram maior instabilidade da caseína independente da raça estudada. Quanto a acidez, pH, contagem de células somáticas e contagem de bactérias totais não houve diferenças significativas para a estabilidade e raças avaliadas. O LINA apresentou todos os parâmetros avaliados dentro dos padrões exigidos pela legislação brasileira e não apresentando variações significativas com o leite estável. Testes de estabilidade em distintas concentrações de etanol mostrou que 72% (v/v) de etanol diferenciam claramente leite estável e o LINA. Leite estável e LINA apresentaram estabilidade térmica, mostrando que os dois testes não estão correlacionados. O perfil eletroforético das proteínas de leite estável e LINA não apresentou diferenças evidentes, indicando que a instabilidade não está associada a modificações qualitativas ou quantitativas nas caseínas do leite. Os resultados da análise de cálcio e fósforo total, micelar e solúvel, indicaram que o teor de cálcio na fração solúvel é consideravelmente maior no LINA, evidenciando que o cálcio iônico pode ser um fator importante na estabilidade do leite. Além disso, a relação Ca/P foi de 1,1/1 e 1,6/1 em leite estável e LINA, respectivamente. O maior teor de cálcio em relação ao fósforo no LINA pode contribuir para a sua desestabilização da micela de caseína na presença de etanol. O presente estudo deu origem a uma patente de invenção e sistema logístico para coleta de leite, a fim de evitar desperdícios indevidos e interpretações equivocadas acerca do tipo de leite. Particularmente, os métodos patenteados permitem que sejam realizados testes em campo que identificam e diferenciam de forma rápida e eficiente as amostras de leite estável, LINA e leite ácido.