Análise de plantas de mangue como bioindicadoras da qualidade ambiental nas Ilhas de Tinharé e Boipeba, município de Cairu, Bahia, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Gonçalves, Manuel Vitor Portugal lattes
Orientador(a): Silva, Iracema Reimão lattes
Banca de defesa: Alencar, Cristina Maria Macêdo de lattes, Garcia, Karina Santos lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Catolica de Salvador
Programa de Pós-Graduação: Planejamento Ambiental
Departamento: Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/123456730/310
Resumo: As ilhas de Tinharé e Boipeba, situadas no Litoral Sul, do Estado da Bahia, possuem ricos sistemas e ecossistemas costeiros, em especial importantes áreas de recifes de corais e de manguezais estuarinos e em franja, distribuídos na zona costeira de ambas as ilhas. Estes atributos naturais, associados ao relevante patrimônio sócio-histórico colonial, fizeram destas ilhas importantes destinos turísticos, sendo esta atividade mais consolidada e com maior infra-estrutura na localidade de Morro de São Paulo, em Tinharé. O presente estudo tem como objetivo principal realizar uma análise de espécie de plantas de mangue como bioindicadoras da qualidade ambiental nas ilhas de Tinharé e Boipeba. A região Sul da Bahia, nos últimos anos, tem sido alvo de interesse de diversas empresas petrolíferas, algumas já em atividade de pesquisa e exploração de gás natural e petróleo. Além disso, é comum o trânsito de navios contendo petróleo e/ou os seus derivados nesta região costeira. Na zona costeira das ilhas estudadas foram escolhidas 10 estações de amostragem com características diversas: 04 (quatro) na ilha de Tinharé e 06 (seis) na ilha de Boipeba. Estas estações estão sobre influência direta das ondas e marés, principais agentes hidrodinâmicos costeiros, estando às estações E5, E8, E9, E10 (Boipeba) sob a influência de águas continentais, respectivamente, do Canal dos Patos, rios Catu, Bainema e Santo. Foram coletadas em cada estação 60 folhas de sol, das espécies Rhizophora mangle, Laguncularia racemosa e Avicennia schaueriana, e realizadas análises de parâmetros biométricos e morfologia externa. Estas análises sugeriram redução foliar e alterações na integridade do limbo foliar, principalmente cloroses, pastejo, necroses, perfurações. Após secas até peso constante, estas folhas foram adequadamente preparadas para a determinação de metais pesados (Cu, Cd, Pb e Zn), cuja abertura ocorreu em forno de microondas e a leitura através da espectrometria por absorção atômica com chama, conforme metodologia adotada. Os teores médios de Cu mostraram-se tóxicos para Rhizophora na E2 e para a Laguncularia nas estações E3 e E9. O Chumbo mostrou valores elevados para todas as estações e tóxicos nas estações E3 e E4 (para as três espécies), E2 e E9 (Rhizophora e Avicennia), E5 (Laguncularia e Avicennia), E7 (Avicennia) e E10 (Rhizophora). Neste trabalho, as fontes de impactos ambientais foram variadas e não se conseguiu atribuir a uma única fonte para a contaminação com Chumbo. As informações levantadas não permitiram a identificação de uma fonte principal para a contaminação com o chumbo, pelo contrário, sugere fontes difusas, que se pode inferir a premência de novos estudos e do uso de mais indicadores, por um maior período de tempo. Sugere-se a realização de estudos posteriores que utilizem outros indicadores de contaminantes ambientais, a exemplo da fauna, das águas e sedimentos. Estes poderão complementar as informações apresentadas neste estudo e contribuir a análise mais acurada das fontes de contaminação observadas nas ilhas de Tinharé e Boipeba.