Famílias, gêneros e narrativas literárias: identidades e contextos nas obras de Rachel de Queiroz e José Lins do Rêgo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Novaes, Lucas Ribeiro lattes
Orientador(a): Cavalcanti, Vanessa Ribeiro Simon lattes
Banca de defesa: Paulo, Maria de Assunção Lima de lattes, Silva, Antônio Carlos da
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Católica do Salvador
Programa de Pós-Graduação: Família na Sociedade Contemporânea
Departamento: Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://ri.ucsal.br/handle/prefix/4040
Resumo: As questões que envolvem o debate sobre gênero e família, tradicionalmente abordadas sobre um viés extremamente categórico, sempre deixaram brechas para múltiplas intepretações e correlações de contextos. Pensar nos valores e normas que atuam em detrimento da liberdade do sujeito, controlando corpos e modos de expressão da subjetividade, pode nos possibilitar não só uma melhor compreensão do embate simbólico/ideológico entre a família e a diversidade de gênero, mas, sobretudo, gerar novas proposições de abordagem prática para os conflitos inerentes a esses conceitos. Rompendo o pragmatismo etnográfico que quase sempre conduz as pesquisas sobre família e gênero na universidade, propomos a utilização de dois grandes clássicos da literatura brasileira, publicados na primeira metade do século passado, como instrumentos de análise dos conflitos que desestabilizam essas noções. “O quinze”, publicado por Rachel de Queiroz em 1930 e “Menino de engenho”, publicado por José Lins do Rego em 1932, são obras inscritas em um período muito significativo da história brasileira, período esse de grandes transformações sociais, muito em decorrência do início do processo de industrialização e de afirmação da democracia. Dessa forma, esse trabalho dissertativo, busca formular uma reflexão analítica sobre os nossos processos de socialização, compreendendo a atuação institucional como elemento de coesão e coerção do comportamento, implicando no controle das subjetividades individuais e referendando os estamentos burocráticos do patrimonialismo e do patriarcado. Entendemos que a literatura ficcional oferece a possibilidade de analisar os conflitos de gênero e as noções de família, considerando toda complexidade em voga nessa relação, sobre uma perspectiva que não só difere da pesquisa etnográfica, mas que acrescenta uma série de intersecções e movimentos para além das normatizações técnicas da academia. Em sentido último, desejamos apresentar, através do aporte literário, o desenvolvimento dos conflitos históricos que perpassam os conceitos de gênero e família na sociedade brasileira, visando forjar uma nova perspectiva de pesquisa sociológica, a partir do referencial disposto pela literatura de ficção.