Há mortos mais vivos que muitos vivos: avós não conhecidas e identidade de netas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Nossa, Izabelle Cristiane Siqueira lattes
Orientador(a): Bastos, Ana Cecília de Sousa Bittencourt lattes
Banca de defesa: Silva, Márcio Santana lattes, Rabinovich, Elaine Pedreira, Fornasier, Rafael Cerqueira
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Católica do Salvador
Programa de Pós-Graduação: Família na Sociedade Contemporânea
Departamento: Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://ri.ucsal.br/handle/prefix/4410
Resumo: Este trabalho teve como objetivo compreender a presença das memórias acerca de avós não conhecidas fisicamente na constituição identitária de suas netas. Consiste em um estudo qualitativo, com delineamento de estudo de casos múltiplos, assim como autoetnográfico, a partir de uma abordagem fundamentada na epistemologia sistêmica, na qual foram realizadas entrevistas semiestruturadas com seis pessoas, de forma individual, em uma amostra de conveniência, sendo três netas de idades variando entre 35 e 50 anos e seus respectivos pais, mães ou outras figuras de afeto. As entrevistas foram compreendidas a partir da identificação de categorias recorrentes nos discursos das entrevistadas, com base em análise temática. As entrevistas foram transcritas e passaram por procedimentos de leitura e exploração do material, além do agrupamento em temas dominantes e secundários, isto é, de maior ou menor aparição ou destaque. Os principais resultados da pesquisa demonstram que a percepção da identidade da neta já na fase adulta é também moldada por meio de transferência intergeracional e pela internalização de normas e padrões de comportamento dos pais, que foram repassados pelas avós. Os objetivos foram significativamente contemplados: observou-se que a trajetória sombra – conceito que aqui passou por uma extrapolação, para tomar como foco de análise a experiência transgeracional – evoca a noção de ‘competências simbólicas’, propõe uma nova perspectiva sobre o uso de recursos simbólicos pela pessoa em transição, em seus locais sociais e culturais cotidianos. Designa um conjunto de habilidades, permitindo que uma pessoa use elementos culturais como recursos para elaboração simbólica, necessários para qualquer elaboração de significado adicional, transformação de identidade, construção de novos entendimentos ou aquisição de habilidades necessárias para essas transições.