Relações familiares e integralidade da saúde da mulher no climatério: significações construídas por usuárias e profissionais de saúde

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Pires, Vilara Maria Mesquita Mendes lattes
Orientador(a): Alcântara, Miriã Alves Ramos de lattes
Banca de defesa: Fernandes, Marcos Henrique, Bastos, Ana Cecília de Sousa Bittencourt, Amorim, Ivonete Barreto de
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Catolica de Salvador
Programa de Pós-Graduação: Família na Sociedade Contemporânea
Departamento: Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://ri.ucsal.br/handle/123456730/154
Resumo: Os contornos demográficos da população brasileira revelam que as mulheres tendem a superar o contingente populacional masculino em breve espaço de tempo em virtude da maior expectativa de vida, o que traz consequências aos modos de vida em família e impulsiona o desenvolvimento de pesquisas voltadas para questões vivenciadas pelas mulheres nesse contexto. Um número crescente de mulheres ingressa no climatério, período de transição feminina entre as fases reprodutiva e não reprodutiva, privilegiado pela política nacional de saúde integral da mulher. O objetivo geral da pesquisa é analisar o climatério sob a égide da integralidade na percepção de mulheres atendidas em Unidades de Saúde da Família. Os objetivos específicos constituíram-se em compreender o significado do climatério, os fatores biopsicossociais vivenciados pelas mulheres durante esta fase do ciclo vital e identificar as ações desenvolvidas pelos profissionais de saúde das Equipes de Saúde da Família às mulheres que vivenciam o climatério. A ética da pesquisa com seres humanos foi respeitada, tendo o projeto de pesquisa sido aprovado pelo CEP. Trata-se de um estudo qualitativo fundamentado pela Hermenêutica Filosófica que a orientou, fornecendo pressupostos que permitiram uma abordagem interpretativa ao corpus empírico. A pesquisa de campo foi realizada em Unidades de Saúde da Família e no domicílio das usuárias residentes no município de Jequié-BA. Participaram da investigação sete profissionais de saúde e dez mulheres climatéricas. Os dados foram coletados com base na entrevista semiestruturada registrada em áudio em caderno de campo. A análise das entrevistas contemplou um Mapa Conceitual que revelou relação entre os núcleos de sentido e permitiu identificar categorias e subcategorias. Os resultados são apresentados a partir das categorias - a mulher diante do estranho (significando o climatério); o climatério e os contextos femininos (percepções da sexualidade no climatério; meu corpo mudou: e agora?; família: um lócus para transformar); o serviço de saúde e a mulher no climatério: com a palavra as usuárias (quem cuida de mim?); atenção à saúde da mulher no climatério: com a palavra o profissional de saúde (significado do climatério; significando integralidade; e o serviço de saúde e a mulher no climatério: o olhar do profissional de saúde). A discussão mostra que o climatério é um assunto pouco discutido na saúde, mas para as mulheres significa mudança no corpo, na família, na sexualidade, aceleração do envelhecimento; elas não se sentem assistidas em suas queixas. Para os profissionais de saúde, o climatério ainda é um assunto pouco visto o que atribuem à deficiência na formação que os indispõem a desenvolver ações de saúde à mulher climatérica bem como ao desempenho do cuidado integral. Destaca-se a necessidade se reconstruir o conceito de climatério, reconhecendo a subjetividade, sentimentos e emoções que movem a mulher. A formação de Grupos de Convivência deve ser considerada e deve-se intensificar o olhar para o climatério na PNAISM. Exige-se uma mudança de perfil na estrutura de organização da atenção à saúde, concretizando a integralidade como ação articulada a uma política de formação profissional, com respostas às necessidades da mulher climatérica.