Costurando as redes de cuidado de crianças com paralisia cerebral

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Almeida, Camila Ferrari de lattes
Orientador(a): Rabinovich, Elaine Pedreira lattes
Banca de defesa: Alcântara, Miriã Alves Ramos de lattes, Franco, Anamélia Lins e Silva
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Católica do Salvador
Programa de Pós-Graduação: Família na Sociedade Contemporânea
Departamento: Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://ri.ucsal.br/handle/prefix/1503
Resumo: A Paralisia Cerebral é desordem caracterizada por alteração do movimento secundária a uma lesão não progressiva do cérebro em desenvolvimento. Dentre as muitas apresentações possíveis dentro deste diagnóstico, destaca-se o tipo tetraplegia espástica, na qual se espera grave comprometimento motor que impossibilita a aquisição da marcha, além de muitas comorbidades associadas. Este quadro exige atenção do cuidador ao longo da vida da criança devido à total dependência. A mãe geralmente é quem assume a função de provedora de cuidado. O presente trabalho visa compreender o processo do cuidar de crianças com grave comprometimento neurológico levando em consideração a composição e função da rede social da mãe-cuidadora, bem como o lugar ocupado pela equipe de reabilitação neste contexto. A pesquisa foi realizada com cinco participantes, mães de crianças atendidas pelo Rede SARAH de Hospitais de Reabilitação – unidade Salvador. Como instrumento de coleta de dados utilizou-se entrevista semiestruturada e aplicação do mapa de rede. A análise foi realizada adotando como baliza a Teoria Bioecológica do Desenvolvimento Humano. Observou-se que as mães-cuidadoras passaram por uma transição ecológica após o nascimento dos filhos portadores de Paralisia Cerebral, ao levarmos em consideração o modelo PPCT (pessoa, processo, contexto e tempo). Todas abandonaram suas atividades laborativas e/ou educacionais. A rede social pessoal encolheu e, no momento, está restrita à família, notadamente as figuras femininas das avós e tias das crianças, poucos amigos e o Hospital de Reabilitação. Nesta configuração, a rede social pessoal mostra-se sobrecarregada e frágil, na medida em que seus componentes acumulam funções e atributos. As mães relatam fadiga e isolamento social, mas chama atenção principalmente a sensação de solidão. Tal contexto deixa as cuidadoras em condição de vulnerabilidade a doenças físicas e mentais. Estes resultados sinalizam a necessidade de apoio na ação do cuidar e chamam atenção para a importância da família e Centro de Reabilitação em todo este processo.