Driblar e aprender a jogar: as estratégias de sobrevivência de mulheres chefes de família de classes populares

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Franco, Maria Asenate Conceição lattes
Orientador(a): Tavares, Márcia Santana lattes
Banca de defesa: Carvalho, Inaiá Maria Moreira de lattes, Macêdo, Márcia dos Santos lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Católica do Salvador
Programa de Pós-Graduação: Políticas Sociais e Cidadania
Departamento: Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://ri.ucsal.br/handle/prefix/500
Resumo: Neste trabalho me proponho a analisar as estratégias de sobrevivência utilizadas por mulheres de classes populares que chefiam seus domicílios. A pesquisa de campo sobre este fenômeno – que na contemporaneidade está bem discutido, principalmente por ter invadido as camadas médias da sociedade – foi desenvolvida numa comunidade localizada em Abrantes, distrito de Camaçari-Ba, denominada Estivas de Buris. Trata-se de uma comunidade pobre, com um número expressivo de mulheres chefes de família inseridas nas suas diversas ruas. No tocante ao recorte social dado ao tema aqui discutido, apesar de possuir várias faces para o debate, procurei, de modo especial, pautar-me nos aspectos socioeconômicos, com destaque para as estratégias de sobrevivência utilizadas pelas mulheres entrevistadas diante da responsabilidade de prover e cuidar de sua família – constituída por elas e os filhos. Através de observação e do roteiro da entrevista semiestruturada, pude obter dados para discorrer sobre a temática proposta. Para tanto, selecionei 10 famílias tendo a mulher como a única provedora, com filhos dependentes, na sua maioria menores de idade, o que dá visibilidade ao esforço e sobrecarga destas mulheres para driblarem as diversas dificuldades inerentes a este tipo de arranjo familiar. Os aspectos da vida destas mulheres na sua trajetória familiar tiveram destaque durante a pesquisa, foram histórias de vida sofridas, uniões sucessivas que desencadearam o fenômeno aqui pesquisado. A análise desta pesquisa demonstra que muito embora o fato de ser chefe de família possa, aparentemente, levar a um entendimento de que essas famílias são homogêneas, as histórias construídas por cada mulher entrevistada na trajetória de vida revelam heterogeneidade, isto é, a diversidade encontrada se manifesta em meio às histórias relatadas por cada uma delas. Vale salientar que, além das histórias tristes e sofridas, das formas como tais mulheres driblam e aprendem a jogar na construção de suas estratégias de sobrevivência, elas não se limitam a deveres, mas sim vivem o direito a ter lazer, cuidarem de si mesmas e, a despeito das muitas adversidades, não desistem de sonhar com dias melhores.