Leitura filosófica da Encíclica Fides et Ratio e seus ecos nos paradigmas familiares contemporâneos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Carneiro, Miguel Ivân Mendonça lattes
Orientador(a): Machado, Genival Bartolomeu Fernandes lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Católica do Salvador
Programa de Pós-Graduação: Família na Sociedade Contemporânea
Departamento: Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://ri.ucsal.br/handle/prefix/1475
Resumo: Partindo do pressuposto que o homem é ser-no-mundo, como a Filosofia e a Teologia explicam a relação - necessária ou acidental - com o mistério e com a liberdade humana? Qual a operação ontológica capaz de coadunar a totalidade do ser através dos exercícios filosofante e teologal? Quais as influências da Fides et Ratio (FR) nos arranjos familiares contemporâneos? Diante esses questionamentos, foram investigados os fundamentos do pensamento do Papa João Paulo II na Fides et Ratio a partir de alguns contextos questionadores dos pressupostos da Fé e seus ecos nos paradigmas familiares contemporâneos. Foram analisados os argumentos da crítica da Igreja sobre o discurso científico. Foi abordado o posicionamento da encíclica sobre o pensamento filosófico que se desenvolveu afastado da revelação cristã. Foi investigado, também, o par de palavras-princípio (Eu-Tu, Eu-Isso), em Martin Buber, e o conceito de Pessoa, em Karol Wojtyla. O deslocamento do sentido de Pessoa subordinada ao mistério e elevada à autonomia absoluta de sujeito social, corroborou para a quebra dos paradigmas familiares de base católica e burguesa. Analisou-se como a Teologia permaneceu convicta da máxima anselmiana intelecctus fidei: é a Filosofia subordinada à Teologia? A proposta da pesquisa não foi “revisar” a eficácia da Teologia ou da Filosofia no processo do conhecimento em busca da essência do ser enquanto ser tendencioso ao agrupamento, comunidade e família, mas investigou-se os impactos da Encíclica Fides et Ratio – em seu duplo movimento de “diálogo” e de “recusa” pela sociedade – e seus ecos nos paradigmas familiares contemporâneos, os quais atravessaram perdas de referenciais em decorrência das novas dinâmicas, recursos e apelos da sociedade técnica, haja vista as potencialidades da engenharia genética versus os interesses econômicos no processo da eugenia. Procurou-se demonstrar que a nova ordem técnica-científica reconfigurou a Família para o pluralismo indefinido, nova morada do pensamento contemporâneo. Ofereceu-se uma versão da Filosofia resguardando sua tradicional capacidade de apontar novos caminhos e reelaborar novos referenciais e visões de mundo capazes de colocar sentido ao existir, inclusive os familiares. Por fim, foi desta tensão do sujeito (Pessoa) entre os discursos da fé e da razão no exercício da escolha (liberdade), que se construiu a reflexão em torno da Encíclica Fides et Ratio e da Família.