Um olhar para o ingresso específico para uruguaios fronteiriços na Unipampa - campus Jaguarão: por uma política linguística educacional integracionista no entremeio identitário

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Farias-Marques, Maria do Socorro de Almeida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Catolica de Pelotas
Centro de Ciencias Sociais e Tecnologicas#
#-8792015687048519997#
#600
Brasil
UCPel
Programa de Pos-Graduacao em Letras#
#8902948520591898764#
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/handle/tede/458
Resumo: A Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA) se originou de um projeto de expansão das Instituições Federais de Educação Superior promovido pelo governo federal a partir de mobilizações de dirigentes de alguns municípios da metade sul do Rio Grande do Sul. A sua instalação é marcada pela responsabilidade de contribuir para a integração e o desenvolvimento nas regiões de fronteira tanto nas fronteiras do Brasil com a Argentina como nas com o Uruguay. Para enriquecer o desenvolvimento regional e internacional pelo intercâmbio entre Brasil e Uruguay, a UNIPAMPA empenhou-se, em 2011, em consolidar um projeto institucional cujo objetivo é oferecer oportunidades diferenciadas de ingresso na UNIPAMPA para uruguaios fronteiriços - nos Campus de Jaguarão e Sant’ana do Livramento. Localidades que fazem fronteira com Uruguay e, portanto, são contempladas com o Acordo entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República Oriental do Uruguai para Permissão de Residência, Estudo e trabalho a Nacionais Fronteiriços Brasileiros e Uruguaios promulgado pelo Decreto 5.105/2004. O Acordo, que entrou em vigor em 2005, é uma das ações do MERCOSUL, visando a livre circulação de pessoas, fomentando a integração e o desenvolvimento local dos dois países envolvidos. O projeto institucional destinado aos uruguaios fronteiriços possibilitou e possibilita que muitos profissionais do comércio, jovens que terminaram o ―Liceo-preparatório‖, professores e comunidade tenham acesso ao Ensino Superior na região em que vivem, cursando uma graduação no Brasil. Nesse contexto, este trabalho busca responder, a partir da análise dos dados obtidos, o que implica para esses alunos estudar em uma Universidade brasileira, localizada em fronteira, e como esse mover-se os afeta em termos de posicionamentos identitários. Com esse fim, foram aplicados quatro questionários. No primeiro, traçamos um perfil linguístico a partir do qual pudemos constatar que a maioria dos alunos nasceu em cidade e/ou região fronteiriça e, portanto, desde a infância têm contato com a língua portuguesa seja pela família, pela televisão, pelo comércio. O segundo questionário objetiva analisar como a questão ligada à(s) língua(s) e consequentemente às questões intersubjetivas tocam/afetam a(s) identidade(s) desses sujeitos, inseridos em um espaço formal de educação brasileira e como a integração tanto linguística e política está desenhada. O terceiro teve o proposito de traçar o perfil de quatro professores desses alunos fronteiriços e, por último, o quarto tem como objetivo saber como esses professores se sentem dando aula para esse público e quais as especificidades que poderiam ser destacadas no que se refere a ministrar aulas para uruguaios. Os dados foram discutidos na perspectiva dos estudos sobre identidade, política linguística e análise dialógica do discurso. Constatou-se que os alunos, ao transitarem entre as identidades que o espaço e o tempo requerem, sentem-se acolhidos pelos colegas, ou seja, há uma integração cultural, contudo há vários entraves à integração acadêmica, principalmente em relação às línguas que circulam no espaço universitário (o português e o espanhol) e às burocracias institucionais que afetam a inclusão desses alunos pela Instituição. Essas questões, portanto, vão além do ambiente universitário e pedem por uma política educacional integracionista, proposta a partir do olhar dispensado para o ingresso dos alunos uruguaios fronteiriços.