A produção de formas verbais irregulares por crianças falantes do Português Brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: goulart, Tamires Pereira Duarte
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Catolica de Pelotas
Centro de Ciencias Sociais e Tecnologicas#
#-8792015687048519997#
#600
Brasil
UCPel
Programa de Pos-Graduacao em Letras#
#8902948520591898764#
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/handle/tede/462
Resumo: O presente estudo investigou o processo de aquisição de verbos irregulares do Português Brasileiro (PB), quando conjugados nos tempos Presente do Indicativo, Presente do Subjuntivo e Pretérito Perfeito do Indicativo, por crianças falantes nativas da língua, com o objetivo de descrever e analisar, sob o enfoque da Teoria Lexical, a interação entre Morfologia e Fonologia. O foco do estudo foram as alternâncias consonantais que a conjugação de determinados verbos irregulares apresenta, como o verbo ‘medir’, com as formas meço, meça e medi, por exemplo, com a alternância [s] ~ [d]. Tais formas, durante o processo de aquisição da morfofonologia do PB, tendem a ser empregadas sem a alternância consonantal, atendendo à conjugação regular dos verbos, podendo manifestar-se como me[d]o e me[d]a, em lugar de me[s]o e me[s]a. Para a investigação desse fato da língua, o estudo contou com uma amostra de dezesseis informantes, sendo oito do sexo feminino e oito do sexo masculino, alfabetizados, entre a faixa etária de 06 e 09 anos. O corpus estudado foi obtido por meio da aplicação de dois diferentes instrumentos, criados para esta pesquisa, que eliciavam o emprego de dez verbos irregulares (dizer, fazer, satisfazer, trazer, poder, ter, perder, medir, ouvir e pedir) na 1ª e na 2ª pessoa do singular dos tempos verbais investigados. Os resultados foram descritos de acordo com as variáveis controladas no estudo e submetidos a uma análise à luz dos pressupostos da Fonologia e Morfologia Lexical (Lexical Phonology and Morphology - LPM), seguindo-se Lee (1995). Os dados mostraram que crianças falantes nativas de PB até 09 anos de idade ainda podem manifestar flexões verbais regularizadas, sem alternância consonantal, evidenciando o tardio domínio, no processo de desenvolvimento linguístico, das relações morfofonológicas exigidas pela conjugação verbal irregular. O estudo atribuiu esse resultado à complexidade que fatos irregulares da língua acarretam à aquisição, uma vez que implicam a divisão em níveis no componente lexical da língua, além de exigir a interação entre fenômenos morfológicos e fonológicos.