Red pill e machosfera: violência neomachista e extrema direita em uma análise de discurso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: VILAS BOAS, Julia Cristina Marques
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Catolica de Pelotas
Centro de Ciencias Sociais e Tecnologicas
Brasil
UCPel
Programa de Pos-Graduacao em Politica Social
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/handle/jspui/1048
Resumo: A presente pesquisa tem como objetivo investigar o grupo red pill dentro da plataforma Instagram, analisando seu discurso e formas de ação e cooptação. Por meio da observação etnográfica e coleta de publicações e comentários em páginas que pertencem à machosfera, foi possível realizar uma análise do discurso mediada por computador (Herring, 2001, 2004, 2013), permitindo que os resultados fossem aprofundados e gerando uma discussão maior do assunto abordado. Com o auxílio de autores como Donna Zuckerberg (2018), Marina Lacerda (2019), Angela Nagle (2017), Raquel Recuero (2009, 2012, 2020), Debbie Ging (2019) e outros que estão presentes nesta pesquisa foi possível realizar um estudo que cruza dados já previamente encontrados em outras pesquisas sobre a machosfera com os materiais coletados. Foi realizada também uma discussão sobre a aplicabilidade da Lei Lola (Lei 13.642/2018), que responsabiliza a Polícia Federal para investigar discursos misóginos nas plataformas digitais, sendo observados obstáculos em sua aplicação. Os resultados das análises das publicações evidenciam a conexão entre red pill e extrema direita, e apontam discursos misóginos, racistas, LGBTQIA+fóbicos, xenofóbicos e gordofóbicos. Entendeu-se ainda que o discurso de ódio em plataformas digitais é uma ferramenta de engajamento, que está entre a identificação e a revolta. E, por fim, conclui-se pela adoção do termo “neomachismo” para definir os discursos red pill. Acredita-se que o red pill ultrapasse os termos do que seria o machismo consolidado e popular, já que se adapta o conservadorismo às novas dinâmicas sociais e digitais.