Idosos em ILPIs: determinantes de ingresso e permanência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Moura, Alessandra Ballinhas de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Catolica de Pelotas
Centro de Ciencias Sociais e Tecnologicas
Brasil
UCPel
Programa de Pos-Graduacao em Politica Social
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/handle/jspui/762
Resumo: O aumento da população idosa vem provocando um impacto no cenário da sociedade brasileira e tem sido relatado como o principal impulso para as mudanças no modo de se conceber e agir com a velhice. Entretanto, a ampliação do tempo de vida, por si só, não significa a valorização do ser humano de forma integral, visto que na ordem do capital, uma parcela significativa de idosos, durante todo o processo de vida, sofre uma exploração, enquanto classe trabalhadora, e esta construção social é marcada por múltiplos determinantes que atingem a classe e que resultam em expressões da questão social. O presente estudo expõe determinantes que motivam o ingresso e a permanência de idosos em entidades privadas assistenciais, com atenção aos cuidados de longa duração demandados e prestados aos idosos pobres com perda de autonomia e independência, visto que esse público é um dos destinatários prioritários do Sistema Único de Assistencia Social (SUAS). É resultado de uma pesquisa de natureza qualitativa, que aplicou entrevistas semiestruturadas para a coleta de dados, em uma amostra intencional de cinco gestores da política de Assistência Social e cinco dirigentes de ILPIs, que fazem parte da rede socioassistencial de cinco municípios, selecionados por serem de grande porte e de gestão plena do SUAS, no estado do Rio Grande do Sul, um dos estados com um dos maiores índices de população idosa. Os resultados, obtidos por meio da técnica de análise de discurso, evidenciam que os idosos participam de um Sistema de Proteção Social, que não responde pela provisão do seu bem-estar e, ao contrário, culpabiliza as famílias, quando elas não conseguem prestar o devido cuidado aos familiares pertencentes a essa faixa etária. Assim, a desresponsabilização do Estado para com a proteção social descumpre o que está previsto na Constituição Federal de 1988, agravando-se tal quadro proporcionalmente ao fortalecimento do neoliberalismo, que produz o desmonte dos direitos sociais e o consequente repasse de suas responsabilidades sociais para a sociedade civil, entidades filantrópicas e organizações não governamentais. Assim, é constituído um conjunto de determinações históricas, econômicas e políticas que se entrelaçam com as determinações sociais e culturais, configurando a realidade dos idosos pobres, que ingressam e permanecem em ILPIs, por não terem condições de autocuidado e autossustentabilidade. Grande parte desses idosos apresentam dependências que não são atendidas por um sistema público de proteção integral, que permita prevenir a necessidade de acolhimento institucional. Para reverter essa realidade, é necessário que Estado e a sociedade percebam as particularidades do envelhecimento da classe trabalhadora e sejam instituídas e efetivadas práticas sociais de acesso a condições objetivas, fornecidas pelas políticas públicas como direitos de cidadania, superando a responsabilização das famílias pelas adversidades sofridas pelos idosos. Com a explicitação dos determinantes do ingresso e permanência de idosos em ILPIs, em instituições do estado do Rio Grande do Sul, espera-se contribuir para que seja dada materialidade a essas políticas públicas.