ANÁLISE DIALÓGICA DE PALAVRAS DO TRABALHO DOS POLICIAIS FEDERAIS: DA (RE)CRIAÇÃO À DIVULGAÇÃO

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Zago, Antonia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Catolica de Pelotas
Letras
BR
Ucpel
Mestrado em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/handle/tede/30
Resumo: Este trabalho estuda palavras que os policiais federais usam para nomear as suas Operações de trabalho. Para tanto, parte da teoria dialógica do discurso (Bakhtin, 1997, 1998, 2003; Bakhtin/Volochínov, 2004), paradigma segundo o qual a matéria lingüística é indissociável de um processo ativo e responsivo, isto é, intersubjetivo, e estabelece diálogo com estudos sobre o trabalho, que consideram imprescindível a análise da linguagem para a compreensão das relações humanas no trabalho (Boutet, 2001; Faïta, 2007; Nouroudine,2002; Schwartz, 2007). A articulação proposta parte do pressuposto epistemológico do dialogismo como constitutivo de toda a expressão linguageira, o que permite observar a movimentação de sentidos nos enunciados. O objetivo geral da pesquisa é analisar discursivamente palavras que os Policiais Federais (re)criam para designar suas operações de trabalho, verificando relações dialógicas estabelecidas de modo a recuperar pistas da atividade do trabalho policial e características da sua divulgação na mídia. São analisadas cinco designações de operações que ocorreram entre 2006 e 2007: Sanguessuga (2006), Macunaíma (2006), Hurricane (2007), Navalha (2007) e Rodin (2007). A análise, seguindo uma reflexão interdependente entre esfera, gênero e matéria lingüística, está organizada em duas etapas, a partir de duas esferas de atividade: a esfera policial e a esfera midiática. Na primeira etapa, esfera policial, além de um breve resgate da Operação policial, a palavra é analisada a partir da proposta de Bakhtin (2003) como palavra da língua , palavra alheia e minha palavra . Na segunda etapa, esfera midiática, é apresentada a repercussão da Operação na mídia e efetuada uma análise da palavra/operação em um gênero da revista Veja e/ou do Jornal Zero Hora, observando aspectos verbais e não-verbais do enunciado. Como conclusão, destaca-se que essas palavras de trabalho, além da economia de tempo que proporcionam e de serem essenciais para manter o sigilo das Operações, são impregnadas de acentos de valor que, na mídia, passam a ressoar com certa força. Assim, o que se observa é que essas designações, como palavras bivocais, na esfera midiática, recebem novos acentos valorativos, muitas vezes contribuindo para o efeito de espetacularização