Um estudo sobre políticas habitacionais e cooperativismo: os casos de Brasil e Uruguai
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Catolica de Pelotas
Centro de Ciencias Sociais e Tecnologicas Brasil UCPel Programa de Pos-Graduacao em Politica Social |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/handle/jspui/1000 |
Resumo: | Este trabalho teve como objetivo investigar a relação entre política habitacional, direito à moradia e cooperativismo, entendendo o cooperativo habitacional como estratégia de garantia ao Direito à moradia em diferentes contextos sócio históricos no Brasil e no Uruguai. A questão que permeou este trabalho foi investigar se o cooperativismo habitacional é uma estratégia efetiva de acesso ao direito à moradia. Para responder a tal questão foi preciso estudar as políticas habitacionais no Brasil e Uruguai e compreender a dinâmica da relação entre Estado e sociedade civil no âmbito do direito à moradia em tais casos. O Direito à Moradia é abordado na contemporaneidade sob a égide da linguagem normativa do direito. Nesse sentido ele refere-se a uma necessidade humana básica de proteção. Além disso, diz respeito também a um mínimo de dignidade humana, pré-requisito para o reconhecimento da cidadania desde a modernidade. No entanto, cabe dizer ainda que o direito à moradia possui um percurso em distintas sociedades acompanhando o desenvolvimento político, social e econômico das mesmas. Esse trajeto histórico teve distinto nuances no desenvolvimento social, político e econômico tanto no Brasil quanto no Uruguai. Em tais contextos a atuação do Estado permeou diferentes perspectivas diante da questão da habitação, enfrentando essa problemática sob a égide do direito social ou sob o viés da mercadoria. As políticas sociais são nessa perspectiva, um campo de disputa na sociedade civil para que a moradia se efetive enquanto direito social, por outro lado, uma forma pela qual os grupos dominantes se mantêm numa posição privilegiada. A partir da análise realizada neste trabalho percebe-se que Uruguai e Brasil traçaram percursos por vezes próximos por vezes distantes no que se refere a atuação do Estado através de políticas sociais e habitacionais e a relação entre Estado e sociedade civil. Para além da busca da garantia à habitação, o cooperativismo habitacional também é um instrumento potente para a construção de valores democráticos e de participação social na perspectiva da construção da cidadania. Como resultado deste estudo compreendeu-se que: (1) a formação sócia histórica e política dos países em questão, foi um elemento importante na caracterização e definidor da organização da sociedade civil enquanto mobilizadora de estratégias para efetivar o Direito à Moradia; (2) o cooperativismo habitacional é uma estratégia viável para o acesso ao direito a moradia desde que organizado pela sociedade civil, impulsionada por uma cidadania crítica, resultado da organização e mobilização da subjetividade coletiva, seja de movimentos sociais ou de cooperativas; (3) o próprio movimento da sociedade civil organizada seja por cooperativas ou movimentos sociais, estimula e retroalimenta um processo formador de uma cidadania crítica, fortalecendo práticas de democracia participativa e contribuindo na efetivação dos direitos sociais em sociedades democráticas; (4) a autogestão é um elemento produtor de liberdade e de consciência crítica que se faz no processo de aprendizado e de ensino, contribuindo nas relações interpessoais e fortificando as coletividades; (5) a formação é um elemento essencial para movimentar as subjetividades coletivas tanto em cooperativas quanto em movimentos sociais, é um componente eficaz na relação Estado e sociedade civil instigando a cidadania crítica. |