Apego materno-fetal: relação com aspectos sociais, gestacionais e saúde mental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Rubin, Bárbara Borges
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Catolica de Pelotas
Centro de Ciencias da Saude
Brasil
UCPel
Programa de Pos-Graduacao em Saude Comportamento
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/handle/jspui/957
Resumo: Introdução: uma tarefa central do desenvolvimento da gravidez é a preparação psicológica da mulher para a maternidade, aumentando gradualmente o seu envolvimento emocional com o feto. O Apego Materno-Fetal (AMF) se refere ao vínculo que a gestante estabelece com o bebê durante a gravidez e pode estar relacionado a desfechos na prole. No entanto, os fatores associados ao AMF não estão bem estabelecidos na literatura. Poucos estudos utilizaram amostras representativas da população e instrumentos validados para explorar esses fatores e preencher lacunas. Objetivo: verificar os fatores associados ao AMF, bem como o papel do apoio social materno percebido em uma amostra de base populacional de gestantes no sul do Brasil. Método: ambos artigos são estudos transversais correspondentes à segunda fase de um estudo de coorte com gestantes entre o primeiro e o terceiro trimestre gestacional, residentes na zona urbana de um município no sul do Brasil, entre os anos de 2016 e 2018. Foi utilizada a Escala de Apego Materno-Fetal (EAMF) para medir o AMF. Para identificar os fatores associados ao AMF, foram utilizadas a Escala de Apoio Social (MOS-SSS) para mensurar o apoio social materno percebido, a Escala de Depressão Pós-natal de Edimburgo (EPDS) para medir os sintomas depressivos, o Inventário de Ansiedade de Beck (BAI) para avaliar os sintomas ansiosos, e o Teste de Triagem de Envolvimento com Álcool, Tabagismo e Substâncias (ASSIST) para explorar o uso/abuso de álcool e tabaco. Além disso, foi utilizado um questionário composto por variáveis sociodemográficas e gestacionais. As análises dos dados foram realizadas no software Statistical Package for the Social Sciences 23.0, através de testes estatísticos adequados para cada objetivo do estudo. Resultados: a amostra foi composta por 840 gestantes. Os resultados do primeiro artigo mostraram que as gestantes que apresentaram menores médias de AMF foram aquelas que não viviam com um companheiro (B=-3,8 [IC 95% -6,0; -1,7]), que estavam entre o primeiro e o segundo trimestre de gestação (B=-4,3 [IC 95% -5,9; -2,6]), que não tiveram o apoio da mãe durante a gravidez (B-2,4 [IC 95% -4,6; -0,2]) e aquelas com sintomas depressivos (B=-4,9 [IC 95% -7,4 ; -2,5]). Os resultados do segundo artigo evidenciaram que todas as dimensões do apoio social materno percebido estiveram associadas ao AMF: apoio material (tangível) (B=0,13 [IC 95% 0,08; 0,18]); apoio afetivo (B=0,20 [IC 95% 0,14; 0,26]); apoio emocional (B=0,16 [IC95% 0,11; 0,21]); apoio informativo (B=0,14 [IC 95% 0,09; 0,19]); e interação social positiva (B=0,19 [IC 95% 0,14; 0,25]). Conclusão: os achados apontam para a evidência de que um menor AMF pode estar relacionado à falta de apoio social durante a gravidez, problemas de saúde mental materna, especialmente a depressão, e com o menor trimestre gestacional. Uma avaliação precoce do AMF e o trabalho de promoção do vínculo pré-natal, com foco nos aspectos psicológicos, emocionais e sociais maternos são fortemente sugeridos.