Gênero em Carta Capital e Veja: proposta para a teorização do paragênero textual
Ano de defesa: | 2013 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Catolica de Pelotas
Letras BR Ucpel Doutorado em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/handle/tede/338 |
Resumo: | Nesta tese, analisam-se representações de gênero nas revistas Carta Capital e Veja. Propõe-se a hipótese de haver um paragênero que coloniza ad hoc textos jornalísticos produzidos para/sobre mulheres, sendo o objetivo principal deste trabalho descrever-se esse gênero do discurso. O corpus é integrado por matérias publicadas nessas revistas em março de 2009 e março de 2013, visando-se compararem dados de períodos distintos. A opção por março deveu-se a ser esse o mês de comemoração do Dia Internacional da Mulher, quando as revistas tradicionalmente produzem matérias especiais para o público feminino, veiculando discursos exemplares ou típicos (cf. FAIRCLOUGH, 2001). Quanto à linha editorial, as revistas selecionadas localizam-se em campos opostos da ideologia no cenário midiático brasileiro, o que configura outra variável relevante a um estudo comparativo. O exame do corpus baliza-se pela Análise Crítica do Discurso (ACD), teoria multidisciplinar que se alinha a outras interpretações pós-modernas para os fenômenos sociais. Na ACD, a descrição de gêneros do discurso não necessita pormenorizar os aspectos da materialidade linguística, mas aqueles relacionados às condições sócio-históricas e ideológicas peculiares a uma produção, pois os gêneros não são estáveis, fixos ou homogêneos, podendo mesmo apresentar um alto grau de abstração (cf. FAIRCLOUGH, 2006). O traço básico para identificá-los reside, destarte, em sua correlação com uma prática social específica, ou uma rede de práticas. Para tanto, o estudo de Theo van Leeuwen (1997) acerca da representação dos atores sociais no discurso apresenta-se como um dos aportes teóricos inscritos na ACD, norteando o exame dos textos nesta tese. Ele se coaduna ainda com as definições de gênero aqui adotadas, quais sejam, uma construção sociocultural e um aparato semiótico, representação e autorrepresentação produto de tecnologias sociais, epistemologias institucionalizadas e práticas da vida cotidiana (cf. LAURETIS, 1994). Os resultados da pesquisa indicam ser a hipótese consistente, pois concluiu-se haver constantes assimetrias quanto à representação entre homens e mulheres nos mais diversos gêneros que compõem a revista, manifestando-se como sentidos acionais (texto), representacionais (discurso) e ideacionais (estilos) do paragênero (cf. FAIRCLOUGH, 2006, p.67). Trata-se de um gênero discursivo de alta abstração, ancorado em subgêneros e em práticas sociais que sustentam representações assimétricas de gênero |