Ritmo biológico e transtornos de humor: uma perspectiva comportamental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Mondin, Thaíse Campos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Catolica de Pelotas
Centro de Ciencias da Saude#
#-7432574962795991241#
#600
Brasil
UCPel
Programa de Pos-Graduacao em Saude Comportamento#
#-1990782970254042025#
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/handle/tede/599
Resumo: Nas últimas décadas, estudos têm buscado entender a etiologia e os mecanismos envolvidos no curso dos transtornos de humor, além da busca de tratamentos de baixo custo e eficácia comprovada. A hipótese da instabilidade dos ritmos biológicos têm sido estudada como um fator contribuinte para patofisiologia dos transtornos de humor. Esta tese tem como objetivo geral avaliar o impacto das psicoterapias cognitivas sobre o ritmo biológico em um ensaio clínico randomizado, bem como, avaliar o ritmo biológico em um estudo de base populacional de indivíduos com depressão, transtorno bipolar e controles saudáveis. Ademais, como objetivos específicos, visa correlacionar a redução dos sintomas depressivos e ansiosos com a regulação do ritmo biológico no ensaio clínico randomizado. E por fim, verificar prevalência de preferência circadiana entre participantes com depressão, transtorno bipolar e controles saudáveis e sua associação com a regulação do ritmo biológico entre os episódios de humor no estudo de base populacional. O primeiro artigo é um estudo de tipo ensaio clínico randomizado com jovens de 18 a 29 anos, e verifica o impacto de dois modelos de psicoterapias breves para depressão: terapia cognitiva comportamental e psicoterapia cognitiva narrativa. Como critério diagnóstico foi utilizado a Structured Clinical Interview for DSM-IV (SCID). Para avaliação do ritmo biológico foi utilizada a Biological Rhythms Interview of Assessment in Neuropsychiatry (BRIAN), para avaliação de sintomas depressivos e ansiosos foram utilizadas as escalas Hamilton Depression Rating Scale (HDRS) e a Hamilton Anxiety Rating scale (HARS), respectivamente. O segundo artigo é um estudo transversal, correspondente a segunda fase de um estudo longitudinal com jovens entre 22 e 30 anos, residentes na zona urbana da cidade de Pelotas. O diagnóstico foi realizado através da Mini-Plus. O ritmo biológico foi avaliado através da BRIAN e os sintomas depressivos através Montgomery-Asberg Depression Rating Scale (MADRS). Foi possível observar no 8 primeiro estudo, uma significativa redução dos sintomas depressivos e ansiosos (p<0.001) e um aumento da regulação do ritmo biológico (p<0.05) no follow-up de doze meses. Ainda, uma correlação positiva forte entre a redução dos sintomas depressivos e regulação do ritmo biológico (r=0.638; p<0.001) e uma correlação positiva moderada entre a redução dos sintomas ansiosos e a regulação do ritmo biológico (r=0.438; p<0.001). No segundo estudo, na análise ajustada indivíduos com depressão maior e transtorno bipolar apresentaram maiores disrupções no ritmo biológico quando comparados a controles saudáveis. Indivíduos em eutimia também apresentaram maiores disrupções do ritmo biológico quando comparado aos controles. Por fim, maior disrupção do ritmo biológico foi observado em indivíduos com preferência circadiana noturna. Os achados concluem que as psicoterapias breves podem atuar na regularidade do ritmo biológico, através da remissão da sintomatologia depressiva e ansiosa. Além disso, podemos concluir que indivíduos com transtornos de humor apresentam maiores disrupções do ritmo biológico quando comparados aos controles, e em indivíduos com transtorno bipolar, a disrupção esta presente, mesmo em períodos de eutimia. Assim, conclui-se a importância de um maior monitoramento dos ritmos biológicos, mesmo durante os períodos de eutimia, podendo contribuir para a prevenção de recaída e de um melhor prognostico do transtorno.