O discurso e a ressignificação da história: o atentado da rua Tonelero
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Catolica de Pelotas
Centro de Ciencias Sociais e Tecnologicas# #-8792015687048519997# #600 Brasil UCPel Programa de Pos-Graduacao em Letras# #8902948520591898764# |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/handle/tede/677 |
Resumo: | A década de 50 para Getúlio Vargas estava sendo difícil. A ―volta nos braços do povo‖ não foi suficiente para lograr o apoio da Câmara dos Deputados. O homem que esteve à frente da Revolução de 1930, instaurou a ditadura do Estado Novo e governou o país por quase 19 anos, com uma interrupção entre 1945 e 1950, perdia o seu protagonismo. Carlos Lacerda, jornalista e líder da UDN1 , símbolo e motor contrário ao sistema da época, constantemente publicava o que considerava falhas do governo Getúlio, que, em sua expressão, havia criado um ―mar de lama‖. Através desse cenário, no dia 5 de agosto de 1954, ocorre na Rua Tonelero, no Rio de Janeiro, o atentado à sua vida. Esse atentado resultou na morte do Major Rubem Vaz que, junto com um grupo de oficiais, estranhamente fora designado para fazer sua guarda pessoal naquele dia. A investida culminaria, dezenove dias mais tarde, no suicídio do Presidente da República, Getúlio Vargas. Ao receber a notícia, no Palácio do Catete, de que Lacerda sofrera um atentado à bala em frente a sua residência em Copacabana, Vargas profere a seguinte frase: ―Esse tiro que acertou o major Vaz acertou-me pelas costas". A proposta deste trabalho é analisar, sob o viés da Análise de Discurso de filiação pecheuxtiana, enunciados presentes nos jornais, O Globo, Diário Carioca, Tribuna da Imprensa e A Última Hora de agosto de 1954, visando apontar a participação militar no discurso midiático que culminaria mais tarde no suicídio do presidente Getúlio Vargas. É utilizada, como base teórica de análise, a proposta da releitura do nó borromeano, aqui designado de nó de ressignificação que enlaça, indissociavelmente os conceitos de Acontecimento, Memória e História. Utilizamse também, como princípios analíticos, os conceitos de falta, excesso e estranhamento, concebendo como pressuposto de ordem histórica a influência da mídia no suicídio de Getúlio Vargas e a possível influência do discurso militar nesses veículos. São levados em consideração elementos da materialidade linguística que possibilitam o reconhecimento dos elementos de saber que estão em jogo, provenientes de diferentes regiões do interdiscurso, nos processos discursivos observados. As análises permitem a identificação de representações ligadas a um imaginário que atua no processo simbólico através de saberes relacionados a diferentes Formações Discursivas, possibilitando reconhecer diferentes saberes construídos pela mídia. As sequências discursivas de referência apontam para a posição dos veículos midiáticos em questão acerca da abordagem do Atentado da rua Tonelero que tem como consequência o suicídio de Getúlio Vargas. |