O discurso e a ressignificação da história: o atentado da rua Tonelero

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: AVILA, Felipe Alves Pereira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Catolica de Pelotas
Centro de Ciencias Sociais e Tecnologicas#
#-8792015687048519997#
#600
Brasil
UCPel
Programa de Pos-Graduacao em Letras#
#8902948520591898764#
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/handle/tede/677
Resumo: A década de 50 para Getúlio Vargas estava sendo difícil. A ―volta nos braços do povo‖ não foi suficiente para lograr o apoio da Câmara dos Deputados. O homem que esteve à frente da Revolução de 1930, instaurou a ditadura do Estado Novo e governou o país por quase 19 anos, com uma interrupção entre 1945 e 1950, perdia o seu protagonismo. Carlos Lacerda, jornalista e líder da UDN1 , símbolo e motor contrário ao sistema da época, constantemente publicava o que considerava falhas do governo Getúlio, que, em sua expressão, havia criado um ―mar de lama‖. Através desse cenário, no dia 5 de agosto de 1954, ocorre na Rua Tonelero, no Rio de Janeiro, o atentado à sua vida. Esse atentado resultou na morte do Major Rubem Vaz que, junto com um grupo de oficiais, estranhamente fora designado para fazer sua guarda pessoal naquele dia. A investida culminaria, dezenove dias mais tarde, no suicídio do Presidente da República, Getúlio Vargas. Ao receber a notícia, no Palácio do Catete, de que Lacerda sofrera um atentado à bala em frente a sua residência em Copacabana, Vargas profere a seguinte frase: ―Esse tiro que acertou o major Vaz acertou-me pelas costas". A proposta deste trabalho é analisar, sob o viés da Análise de Discurso de filiação pecheuxtiana, enunciados presentes nos jornais, O Globo, Diário Carioca, Tribuna da Imprensa e A Última Hora de agosto de 1954, visando apontar a participação militar no discurso midiático que culminaria mais tarde no suicídio do presidente Getúlio Vargas. É utilizada, como base teórica de análise, a proposta da releitura do nó borromeano, aqui designado de nó de ressignificação que enlaça, indissociavelmente os conceitos de Acontecimento, Memória e História. Utilizamse também, como princípios analíticos, os conceitos de falta, excesso e estranhamento, concebendo como pressuposto de ordem histórica a influência da mídia no suicídio de Getúlio Vargas e a possível influência do discurso militar nesses veículos. São levados em consideração elementos da materialidade linguística que possibilitam o reconhecimento dos elementos de saber que estão em jogo, provenientes de diferentes regiões do interdiscurso, nos processos discursivos observados. As análises permitem a identificação de representações ligadas a um imaginário que atua no processo simbólico através de saberes relacionados a diferentes Formações Discursivas, possibilitando reconhecer diferentes saberes construídos pela mídia. As sequências discursivas de referência apontam para a posição dos veículos midiáticos em questão acerca da abordagem do Atentado da rua Tonelero que tem como consequência o suicídio de Getúlio Vargas.