Prevalência de sintomas articulares e artrite em adultos portadores de HIV/AIDS atendidos em centro de referência em Pelotas, RS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: FREITAS, Caroline Zechlinski Xavier de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Catolica de Pelotas
Centro de Ciencias da Saude#
#-7432574962795991241#
#600
Brasil
UCPel
Programa de Pos-Graduacao em Saude Comportamento#
#-1990782970254042025#
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/handle/jspui/706
Resumo: Introdução: Devido a reconstituição imune, proporcionada pela terapia anti-retroviral (TARV), as manifestações articulares que eram principalmente de origem séptica na era pré-TARV vêm mudando seu espectro e dando espaço a doenças articulares crônicas.O objetivo deste estudo é avaliar a prevalência de sintomas articulares e artrite em pacientes vivendo com HIV/AIDS atendidos em centro de referência na cidade de Pelotas-RS. Métodos: Estudo transversal realizado no ambulatório especializado em HIV/AIDS da cidade de Pelotas-RS, onde cerca de 3200 pacientes fazem acompanhamento. Os participantes responderam a questionário que avaliou a presença de sintomas articulares e artrite (as duas variáveis dependentes deste estudo). Além disso, foram coletadas variáveis sociodemográficas (sexo, idade, estado civil, escolaridade, situação laboral), variáveis comportamentais (tabagismo e estado nutricional) e de saúde (tuberculose, hepatite B, hepatite C, CD4 atual, uso de TARV, uso de inibidor de protease). Para verificar diferenças de proporção de sintomas articulares e artrite em relação às categorias das variáveis independentes foi utilizado o teste qui-quadrado. A análise ajustada para potenciais fatores de confusão foi feita através da regressão de Poisson. Resultados: De um total de 413 participantes, 55% (n=227) eram mulheres e 45% (n=186) homens. A prevalência geral de sintomas articulares encontrada foi de 65% (n=271) sendo maior em mulheres (p=0,012), pessoas com excesso de peso (p=0,000) e indivíduos com idade entre 40 e 49 anos (p=0,028). A prevalência geral de artrite foi de 14% (n=58), sendo maior em mulheres (p=0,002) e pessoas com excesso de peso (p=0,047). Na análise ajustada tendo como desfecho sintomas articulares, apenas a associação com idade foi perdida. Na análise ajustada para artrite, a associação com excesso de peso foi perdida, entretanto, a associação com tuberculose tornou-se significativa (p=0,038). Dentre os indivíduos que apresentavam dor articular, 67,6% usava medicação para alívio da dor e de todos entrevistados apenas 5,8% (n=24) tinham algum diagnóstico prévio de reumatismo. Conclusão: Os estudos que abordam condições articulares em pacientes vivendo com HIV tem como objetivo em sua imensa maioria investigar a ocorrência de doenças reumatológicas como um todo e não a prevalência de sintomas articulares nesta população, como o realizado aqui. Os achados deste estudo reforçam a idéia de que os pacientes vivendo com HIV, devido a TARV e a reconstituição imune, hoje são doentes crônicos e merecem maior atenção a condições que diminuam sua qualidade de vida, como a dor articular e suas implicações.