Avaliação da interação entre trauma na infância e a variante rs110402 no gene do CRHR1 com o transtorno depressivo.
Ano de defesa: | 2021 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Catolica de Pelotas
Centro de Ciencias da Saude Brasil UCPel Programa de Pos-Graduacao em Saude Comportamento |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/handle/jspui/946 |
Resumo: | Introdução: O Transtorno Depressivo (TD) é considerado um grave problema de saúde pública, multidimensional, e resultante de inúmeros fatores sociais, psicológicos e biológicos. O trauma na infância, caracterizado por experiências nocivas e/ou a ausência de um ambiente confiável de suporte e afeto, tem sido associado com uma vulnerabilidade aumentada para distúrbios psiquiátricos relacionados ao estresse, e com alterações distintas da função do eixo Hipotálamo Pituitária Adrenal (HPA). Neste contexto, variantes genéticas no gene que codifica o Receptor do Hormônio liberador de Corticotrofina do tipo 1 (CRHR1), bem como sua interação com eventos estressores, podem moderar a sensibilidade do organismo a eventos ambientais específicos. Objetivo: Investigar o efeito do polimorfismo rs110402 no gene CRHR1 na susceptibilidade ao transtorno depressivo e verificar se esse efeito é moderado pelo trauma na infância. Métodos: Este é um estudo transversal de base populacional, realizado na zona urbana da cidade de Pelotas/RS, com uma amostra composta por 1126 adultos de 18 a 35 anos de idade. As características da amostra foram avaliadas por questionário sociodemográfico padrão, o diagnóstico de episódio depressivo passado e atual foi realizado através da entrevista diagnóstica MINI 5.0, e o Questionário sobre Traumas na Infância (QUESI) foi usado para avaliar a presença de trauma na infância. O DNA total foi extraído a partir de leucócitos e o polimorfismo foi genotipado através de ensaios de discriminação alélica por PCR em tempo real. As análises estatísticas foram realizadas nos programas SPSS 22.0 e no Python. A regressão logística binária foi utilizada para confirmar as associações após ajustes para variáveis de confusão, bem como para realizar a análise de interação entre o polimorfismo rs110402 no gene CRHR1 e o trauma na infância. Resultados: Nossa amostra apresentou 42.9% (n=483) dos indivíduos com diagnóstico de depressão (atual/ ou passado), com maior prevalência do transtorno no sexo feminino (p<0,001), em indivíduos de classe social baixa (p<0,05), fumantes (p<0,001), que faziam uso de medicação psiquiátrica (p<0,001), e que sofreram trauma na infância (p<0,001). Não foi verificada associação direta do polimorfismo rs110402 com o diagnóstico de depressão. Na análise estratificada pelo sexo para avaliação do risco para depressão usando modelo de interação entre trauma na infância e os genótipos do polimorfismo rs110402, nossos resultados mostram que homens expostos ao trauma infantil e portadores do genótipo GG foram mais suscetíveis a desenvolver transtorno depressivo. Conclusão: Nossos resultados reforçam o corpo de evidências em torno de como indivíduos expostos a traumas na infância têm maior risco de desenvolver transtorno depressivo e mostram que esse risco é influenciado por fatores genéticos. |