ESTRUTURAR A SUBJETIVIDADE E SUBJETIVAR A ESTRUTURA: ANÁLISE DE DISCURSO E NEUROCIÊNCIA NA COMPREENSÃO DO PROCESSO DE CONSTITUIÇÃO DO SUJEITO E DO SENTIDO

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Vinhas, Luciana Iost
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Catolica de Pelotas
Letras
BR
Ucpel
Mestrado em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/handle/tede/81
Resumo: Os estudos da linguagem de caráter discursivo possuem uma característica fundamental que os registra em uma posição diferente daquela ocupada pelos estudos desenvolvidos pelas teorias lingüísticas formalistas. Esse lugar teórico de onde as abordagens discursivas falam garante a presença da exterioridade no entendimento dos processos discursivos. Partindo desse pressuposto, tem-se, na análise de discurso de tradição francesa (AD), a atuação de quatro pilares teórico-epistemológicos que constituem essa perspectiva acerca da compreensão do sentido. O discurso e o sentido, o inconsciente e o sujeito, a história e a ideologia, e o sistema lingüístico são elementos oriundos, respectivamente, dos quatro pilares da AD, a saber, a teoria do discurso, a psicanálise freudo-lacaniana, o materialismo histórico-dialético e a lingüística. A teoria garante a interdependência entre esses conceitos, sendo que nela não podem existir separadamente. No entanto, o presente trabalho, de cunho teórico, ao caracterizar a teoria materialista dos sentidos, ou seja, a análise de discurso, interpreta que existe a possibilidade de uma outra região do conhecimento humano fazer parte da conjuntura proposta pelo filósofo francês Michel Pêcheux. Admite-se, portanto, que elementos de caráter neurofisiológico também estariam perpassando o fenômeno lingüístico, os quais podem ser acrescentados à compreensão dos processos discursivos e, principalmente, à constituição do sujeito. Defende-se, dessa forma, uma interlocução entre análise de discurso e neurociência, tendo como alicerce a noção de sujeito, cujas bases sofrerão uma ressignificação ao serem acrescentados pressupostos de ordem neurofisiológica à discussão. Além disso, ao entender o sujeito como, também, neuronal, e não somente ideológico e inconsciente, vislumbra-se a possibilidade de ocorrerem contribuições para a lingüística formalista. Esses dois espaços dos estudos da linguagem, aparentemente distantes e intangíveis, posicionados, de certa forma, em extremidades opostas da lingüística, podem ter suas fronteiras dissolvidas a partir de uma concepção diferenciada de sujeito, conforme apresentada na reflexão. Situa-se o trabalho, a partir das noções levantadas, em um entremeio teórico, não se acomodando em nenhum terreno específico (e seguro) das ciências humanas