Equoterapia com idosos: resultados de pesquisas e percepções de profissionais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Matarazo, Jackeline Barbosa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Católica de Brasília
Escola de Saúde e Medicina
Brasil
UCB
Programa Stricto Sensu em Gerontologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://bdtd.ucb.br:8443/jspui/handle/tede/2892
Resumo: Há séculos, os animais têm sido utilizados como mediadores para a reabilitação de pacientes com idades e patologias distintas. De forma lúdica ou terapêutica, muitos estudos relatam benefícios biopsicossociais obtidos por meio da relação entre humanos e animais. O cavalo é um dos mais utilizados na Terapia Assistida por Animais, sendo sua prática nomeada Equoterapia. Esse método foi regulamentado recentemente no Brasil e se apresenta como uma opção de tratamento não medicamentoso eficaz para diferentes condições clínicas e faixas etárias. Não obstante, a velhice é uma fase que tem sido menos pesquisada, sobretudo em contexto nacional. Assim esta investigação teve como objetivo geral discutir a prática da Equoterapia com idosos. Para tanto, foram realizados dois estudos. O primeiro consistiu em uma revisão sistemática que almejou analisar o estado da arte de artigos empíricos sobre Equoterapia com idosos, publicados entre 2000 e 2020, em inglês ou português, em quatro bases de dados. O método PRISMA e o software RAYYAN foram utilizados neste estudo. Considerando os critérios de inclusão e exclusão, selecionaram-se 38 artigos para análise, sendo que apenas 31,57% tiveram a amostra composta exclusivamente por idosos. Mulheres, pacientes com sequelas de acidente vascular cerebral, esclerose múltipla ou transtorno de estresse pós-traumático foram os mais investigados. O equilíbrio (34,21%) e a Escala de Equilíbrio de Berg (23,68%) foram, respectivamente, a variável e o instrumento analisados com maior frequência. Constatou-se, em 92,10% dos artigos, benefícios após a Equoterapia. A maioria das intervenções (68,42%) foram apenas com a Equoterapia. Já o segundo estudo, consistiu em uma pesquisa quali-quantitativa, com 25 profissionais de Equoterapia (23-57 anos), a fim de avaliar suas percepções sobre o trabalho com idosos. Eles responderam a um questionário online, composto por questões demográficas e relacionadas à experiência laboral com pessoas na velhice. Em sua maioria, a amostra foi composta pelo sexo feminino (72%) e fisioterapeutas (48%). O tempo médio de trabalho com Equoterapia foi de 6,64 anos (DP=5,39), sendo que 60% dos participantes relataram ter atendido, pelo menos, um idoso ao longo desse período. Entre aqueles que nunca trabalharam com esse grupo, 90% desejam atender praticantes idosos. Todos os profissionais relataram que a Equoterapia pode ser benéfica para pessoas na velhice, destacando-se a melhora em socialização, equilíbrio, autoestima entre outros. Já os desafios, reais ou potenciais, relatados, destacam-se as dificuldades: do praticante, tanto físicas, como mobilidade, quanto psicológicas, por exemplo, medo; do local de trabalho (p. ex., falta de rampa de acesso para montaria); e da equipe, como falta de qualificação. Outro desafio mencionado pelos participantes foi a baixa demanda, por falta de encaminhamento ou não ser o foco de atuação do local onde trabalha, por exemplo. Com o envelhecimento populacional crescente, estudos sobre intervenções em saúde para idosos são cada vez mais necessários. Constatou-se, a partir dos resultados dos dois estudos conduzidos, que a Equoterapia proporciona diversos benefícios na saúde física e mental de praticantes idosos. Contudo, faz-se necessário que pesquisadores e profissionais, de Equoterapia e de formação em Equoterapia, se aprofundem neste tema para que mais idosos possam se beneficiar deste método.