A ética do desejo : estudo etnográfico da formação de psicanalistas em escolas lacanianas de psicanálise
Ano de defesa: | 2015 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Carlos
Câmpus São Carlos |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social - PPGAS
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Palavras-chave em Inglês: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufscar.br/handle/20.500.14289/7054 |
Resumo: | Este trabalho aborda a relação entre construção da pessoa e produção de saber operada na/pela psicanálise lacaniana, enquanto teoria e prática terapêutica, através da descrição etnográfica do processo de formação de psicanalistas. O trabalho de campo foi realizado em instituições psicanalíticas que seguem o modelo de Escola (criado por Jacques Lacan), em São Paulo e Buenos Aires, nas quais foi possível observar a organização institucional e seus dispositivos de formação, através do convívio e da interlocução com seus membros e “alunos”. O movimento psicanalítico conjuga centralização e segmentação de poder/saber na produção de suas lideranças, estas constituídas na relação mestre-analista/discípulo-analisante estabelecida na transmissão da expertise clínica. As instituições lacanianas organizam-se hierarquicamente, pautadas na classificação diferencial dos membros, de acordo com a distribuição do título de psicanalista entre estes. Através de um dispositivo ritualístico, o processo de formação é “testemunhado” à “comunidade analítica”, o que confere sentido à experiência associativa e comprova a eficácia terapêutica na construção de novos modelos de subjetivação. A partir da concepção dos interlocutores, de que a descoberta da vocação profissional se da com a submissão à experiência analítica, foi problematizada a articulação entre teoria psicanalítica e prática terapêutica na construção de processos de individuação e de realidades psicológicas no interior da clínica. A psicanálise mescla ciência, crença, filosofia, e a produção de conhecimento pauta-se em dicotomias como natureza/cultura, corpo/alma, objetivo/subjetivo. Embora os lacanianos de Escola reivindiquem um regime de racionalidade que seja específico à psicanálise, e crítico do saber médico-psiquiátrico, eles atualizam, por outros meios, aspectos da hegemonia, do controle e da autoridade desse saber no atendimento, seja público ou privado, de pacientes em saúde mental. Com a proposta de realizar uma antropologia da psicanálise, foram consideradas categorias êmicas como “sujeito desejante”, “causa analítica”, “ética do desejo” e “política da psicanálise” para acessar as relações e os sentidos articulados pelos lacanianos de Escola à experiência profissional, à prática clínica e ao estatuto da psicanálise no campo da saúde mental. |