Consultoria colaborativa escolar do fisioterapeuta : acessibilidade e participação do aluno com paralisia cerebral em questão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Alpino, Ângela Maria Sirena
Orientador(a): Almeida, Maria Amélia lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Carlos
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação Especial - PPGEEs
Departamento: Não Informado pela instituição
País: BR
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufscar.br/handle/20.500.14289/2844
Resumo: A participação, convivência e socialização do aluno com paralisia cerebral (PC) na escola regular podem ser comprometidas pelas limitações na capacidade de locomoção, contole postural e uso das mãos. A ausência de adaptações do espaço físico, mobiliário escolar e recursos de tecnologia assistiva implica em maior prejuízo para o desempenho funcional e, conseqüentemente, para a qualidade de vida dessas crianças. Na perspectiva da inclusão escolar, o trabalho colaborativo entre profissionais especializados e educadores da escola comum pode representar importante estratégia de suporte à escolarização desses alunos. Esta pesquisa teve por objetivo verificar os efeitos de uma proposta de consultoria colaborativa promovida por fisioterapeuta junto às professoras de cinco alunos com PC. Estes alunos apresentam comprometimento funcional moderado ou grave e frequentam as séries iniciais do ensino fundamental em classe comum de escolas públicas municipais. Foram utilizados nove instrumentos para: a) avaliar a acessibilidade do ambiente físico escolar e identificar a necessidade e existência de adaptações que pudessem favorecer a mobilidade e participação dos alunos selecionados; b) avaliar suas habilidades funcionais e a necessidade de assistência para executá-las; c) investigar o conhecimento das professoras sobre PC, sua insegurança e dificuldades quanto ao atendimento dos alunos participantes; d) nortear a observação e registro sobre a participação desses alunos na escola; e) investigar a satisfação dos alunos participantes, seus pais e professoras em relação à consultoria prestada; e f) verificar a ocorrência de alterações da postura desses alunos ao utilizarem cadeira adaptada. Inicialmente, procedeu-se a um planejamento colaborativo da intervenção, a partir do conhecimento das necessidades dos alunos participantes e dificuldades de suas professoras. As ações centraram-se na acessibilidade à escola dos cinco alunos e na capacitação específica de suas professoras, abrangendo desde a promoção de orientações especializadas, até o desenvolvimento/implementação de adaptações de baixo custo com vistas à promoção de condições mais adequadas de posicionamento, mobilidade e participação desses alunos na escola regular. Foram indicados: 59 itens relacionados à adaptação/modificação do mobiliário escolar e espaço físico, sendo atendidos 39; 34 itens de tecnologia assistiva, dos quais sete não foram desenvolvidos; e 39 itens relacionados à adaptação do material escolar, dos quais quatro não foram contemplados. Após a intervenção, constatou-se melhora do alinhamento postural dos alunos participantes. Os pais indicaram que seus filhos com PC melhoraram a postura, as habilidades de alimentação, higiene e atividades acadêmicas. As professoras relataram melhora da segurança, auto-estima, coordenação e interesse desses alunos em participar das atividades e redução da necessidade de reposicioná-los na cadeira. Relataram, ainda, maior segurança em relação ao atendimento educacional e assistência aos alunos com PC. Foi possível concluir que o fisioterapeuta pode contribuir para o processo de inclusão escolar de alunos com PC através de consultoria colaborativa: promovendo capacitação específica aos professores e indicando/desenvolvendo adaptações do espaço físico/mobiliário escolar, equipamentos de tecnologia assistiva, atividades e materiais. Tal abordagem deve ser fundamentada nas necessidades dos alunos e dificuldades dos educadores, parecendo fundamental o conhecimento da rotina escolar, visto que as características dos diferentes contextos exercem importante impacto sobre a mobilidade e participação das crianças com PC.