O uso de antidepressivos por indivíduos sem diagnóstico de transtornos mental na polução geral.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Oliveira, Marina Maria de lattes
Orientador(a): Andreoli, Sérgio Baxter lattes
Banca de defesa: Andreoli, Sérgio Baxter, Lorandi, Paulo Angelo, Zucchi, Eliana Miura
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Católica de Santos
Programa de Pós-Graduação: Mestrado em Saúde Coletiva
Departamento: Centro de Ciências Sociais Aplicadas e Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://tede.unisantos.br/handle/tede/4881
Resumo: Os antidepressivos estão entre as classes de medicamentos mais consumidas no mundo. O alto consumo coincidiu com o aumento da prevalência de indivíduos sem diagnóstico de transtorno mental utilizando esta classe, promovendo a discussão sobre adequação do uso. O uso de antidepressivo incorre em riscos como aumento da chance de suicídio, complicações hemorrágicas, dependência e síndrome de abstinência. Além disso, a efeitos adversos como disfunção sexual que comprometem a qualidade de vida do indivíduo. Objetivo: Analisar os fatores associados ao consumo de antidepressivo por indivíduos sem diagnósticos de depressão. Métodos: Um inquérito domiciliar foi realizado com amostra probabilística (N=3744) nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, entre 2007 e 2008. Os instrumentos ¿Composite International Diagnostic Interview¿ (CIDI) e questionário sobre uso de medicamentos psicotrópicos foram utilizados para obter diagnóstico de transtorno depressivo e informações sobre uso de medicamento. O modelo de regressão de poisson foi utilizado para estimar associação entre o uso de medicamento antidepressivo por indivíduos sem diagnósticos de depressão, controlado pelas variáveis sociodemográficas, outros diagnósticos de transtorno mental e histórico de doença mental na família. Resultados: Foram entrevistados 3744 indivíduos nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Destes, 4% utilizavam o medicamento antidepressivo, sendo que 59% não apresentaram diagnóstico de transtorno depressivo. Entre os indivíduos sem diagnósticos de depressão e que estavam usando medicamento antidepressivo, 60% não tinham diagnóstico de outro transtorno mental, mas 40% tinham histórico de doença mental na família. O uso de medicamento antidepressivo nestes indivíduos foi associado a ser mulher, da cor da pele branca, faixa etárias mais velhas, ter filhos, ter outros transtornos mentais e ter histórico de doença mental na família. Conclusão: na medida em que os antidepressivos estão sendo prescritos para indivíduos sem diagnóstico de transtorno depressivo, são necessários mais estudos investigativos para que o uso racional destes medicamentos seja avaliado. Os resultados deste estudo são indicativos de um uso inadequado, e, desse modo há uma necessidade de intervenções para garantir utilização adequada dos antidepressivos, seja através do fortalecimento das políticas já existentes e a elaboração de políticas especificas para a saúde mental deve ser destacada. Portanto, se faz necessária revisão de práticas e das políticas públicas dos medicamentos, buscando maneiras de coibir o uso irracional desta classe.