Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Mota, Guadalupe Corrêa
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Orientador(a): |
Franco, Maria Amélia do Rosário Santoro
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Banca de defesa: |
Franco, Maria Amélia do Rosário Santoro,
Galvanese, Ricardo Costa,
Moreira, Sueli Lima,
Streck, Danilo Romeu |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Católica de Santos
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Programa de Pós-Graduação: |
Doutorado em Educação
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Departamento: |
Centro de Ciências da Educação e Comunicação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://tede.unisantos.br/handle/tede/7939
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Resumo: |
Esta tese de Doutorado em Educação com o título "Eu, não, nós!" O humanismo relacional de Paulo Freire como princípio epistemológico para uma pedagogia crítica, inscrita no Programa de Pós-Graduação stricto sensu em Educação da Universidade Católica de Santos, teve como pergunta orientadora: Quais os limites e possibilidades da teoria humanista de Freire como princípio epistemológico para uma pedagogia crítica no contexto da sociedade cibernética neoliberal? E como objeto da investigação a teoria humanista de Freire: princípio epistemológico. Foi estabelecido como objetivo geral: compreender limites e possibilidades da teoria humanista de Freire como princípio epistemológico para uma pedagogia crítica no contexto da sociedade cibernética neoliberal. A Tese que norteou a investigação estruturou-se na seguinte formulação: a humanização como princípio epistemológico para a elaboração de conhecimentos emancipatórios é um pressuposto ético-político da Pedagogia Crítica de Paulo Freire que requer certas condições materiais e simbólicas. Dentre elas, a fundamental é uma relação educativa dialógica, dialética, emancipatória, intencionada pela problematização das situações existenciais dos educandos, em que cada sujeito epistêmico se reconheça em sua condição de sujeito livre e possa pronunciar a sua palavra como expressão de sua humanização. De abordagem qualitativa, o delineamento da questão de pesquisa, os objetivos, a tese, a revisão da literatura, os resultados e a análise dos dados foram desenvolvidos a partir do método Dialético Materialista Histórico (DMH), de Marx/Engels, com enfoque na Epistemologia da Educação, contando com aportes teóricos interdisciplinar da Teoria Crítica, da Pedagogia Crítica de Freire e das Epistemologias do Sul, de Boaventura de Sousa Santos. Foram constituídos como campo de investigação os dados empíricos encontrados em bibliografia de Paulo Freire e sobre Freire. Para tanto, foram usadas técnicas de pesquisa bibliográfica para a coleta e seleção dos dados, com aporte teórico na Teoria Fundamentada em Dados para a análise de conteúdo, segundo Strauss-Corbin (2008). E, para a interpretação dos resultados, recorri à hermenêutica dialético-crítica segundo Ghedin-Franco (2015). Os resultados da pesquisa, mediante a técnica da Investigação Temática, de Paulo Freire nos textos "Papel da Educação na Humanização", "Educação como prática da liberdade", Educação como uma situação gnosiológica e À sombra desta mangueira, evidenciaram as dimensões positivas do objeto, caracterizadas nas declarações explanatórias de Freire organizadas conceitualmente nas macro categorias Axiologia, Ontologia, Epistemologia, Metodologia e na categoria-síntese final poder dizer a sua palavra. Nas considerações finais, foram apontados como limites a lógica de epistemicídio que ainda persiste nas nossas práticas educativas oficiais, caracterizada pela subserviência epistêmica da monocultura cientificista com o pressuposto do conhecimento verdadeiro nos currículos, nas didáticas, nas metodologias, e pelo silenciamento de tudo o que não se encaixa no conceito de conhecimento ortodoxo; a crise permanente da teleologia da educação, isto é, por ser a educação um ato social humano, entre humanos, para a formação do humano na criação do mundo humano, esta crise será sempre o acionador de disputas entre grupos com concepções distintas em relação à finalidade da ação educativa; e, neste tempo identificado como Antropoceno, temos de nos perguntar novamente qual o lugar do humano (na pesquisa identificado como o sujeito epistêmico autônomo) na aventura da educação como processo de humanização de si e do mundo. E como possibilidades foram apontadas: o direito à imaginação criadora de mundos alternativos não baseados na lógica mercantilista neoliberal; a atenção vigilante na luta coletiva (sindicatos, movimentos, coletivos etc); e a necessidade de refazer um processo de fé no ser humano como companheiro de aventura na jornada da construção do mundo humano. Diante desse quadro em que o ser humano parece estar sendo desterritorializado, desmaterializado na ubiquidade digital, reafirmo a validade da opção ético-política humanista proposta por Freire e o lugar imprescindível do humano na produção de conhecimentos crítico-emancipatórios no contexto da sociedade cibernética neoliberal. |