Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Roldan, Mariane Menezes
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Orientador(a): |
Avoglia , Hilda Rosa Capelão
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Banca de defesa: |
Dias, Edgar Toschi,
Durães, Ricardo Silva dos Santos |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Católica de Santos
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Programa de Pós-Graduação: |
Mestrado em Psicologia
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Departamento: |
Centro de Ciências Sociais Aplicadas e Saúde
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://tede.unisantos.br/handle/tede/7931
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Resumo: |
O diagnóstico de Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) ainda é um desafio, pois não há marcadores biológicos ou exames que comprovem sua presença. Ademais, alguns dos sintomas são compatíveis com os de outros transtornos, como o Transtorno Específico da Aprendizagem, Transtorno de Oposição Desafiante, Transtorno do Espectro Autista, entre outros. Desse modo, corre-se o risco de não somente o diagnóstico ser impreciso, mas de haver a prescrição desnecessária de psicofármacos. Um transtorno capaz de ser mascarado pelo diagnóstico de TDAH de outra área da saúde é o Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC), que se caracteriza pela dificuldade em interpretar estímulos verbais, recebidos via audição, principalmente em sequência, e pode ser confundido com déficit atencional que também é encontrado no TDAH. Além disso, pode haver implicações afetivo-emocionais nos dois transtornos. O objetivo da presente pesquisa foi analisar a hipótese diagnóstica de TDAH de uma criança com oito anos de idade e o diagnóstico clínico de TDAH de um adolescente com doze anos, e investigar a possível relação entre TDAH e déficit em aprendizagem auditivoverbal. Para tanto, foi realizada avaliação das funções cognitivas, da aprendizagem auditivoverbal e dos aspectos afetivo-emocionais dessa amostra. Os dados levantados foram provenientes das entrevistas de anamnese, da Escala Wechsler de Inteligência para Crianças, Teste de Desempenho Escolar II, Figura Complexa de Rey, Teste de Aprendizagem Auditivo- Verbal de Rey, Teste de Atenção Concentrada D2-R, Bateria Psicológica para Avaliação da Atenção, Teste dos Cinco Dígitos, Teste de Classificação de Cartas Wisconsin, Escala de Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade: versão para professores e SNAP-IV (para pais e professor). Em ambos os casos não foram identificados déficits na esfera atencional. Na criança, verificou-se prejuízos em velocidade de processamento, capacidades acadêmicaslinguagem, memória de curto prazo episódica verbal, flexibilidade mental, organização e controle dos impulsos, sugerindo diagnóstico de TDAH predominantemente hiperativoimpulsivo moderado. No adolescente, foram encontrados déficits em controle mental para estímulos audioverbais, memória auditiva de curtíssimo prazo, raciocínio verbal abstrato, conceituação verbal, compreensão oral, aprendizagem auditivo-verbal, interferência retroativa, capacidades acadêmicas-linguagem, dificuldade de mudar o comportamento na ausência de feedback externo e havia comportamentos problemáticos de atuação. Ao final da avaliação, a mãe do adolescente que apresentou diagnóstico prévio de TDAH forneceu laudo da avaliação do PAC o qual apresentou alterações. Sendo assim, considerou-se que é possível confundir TDAH com TPAC, confirmando a hipótese desta pesquisa. Concluiu-se ainda que déficit em aprendizagem auditivo-verbal não necessariamente indica presença de TDAH e há probabilidade de o diagnóstico de TDAH ser equivocado devido à presença do TPAC e aos aspectos afetivo-emocionais. No entanto, TDAH e TPAC podem ocorrer concomitantemente. Devido às limitações deste estudo e os questionamentos não se esgotarem, é preponderante que surjam mais pesquisas sobre o tema. Mesmo assim, a partir dos achados, intervenções e encaminhamentos são possíveis devido a avaliação psicológica e neuropsicológica. A partir dos resultados desta pesquisa, é possível propor ações avaliativas e interventivas voltadas à faixa etária estudada, além do desenvolvimento de orientações às escolas e instituições e psicoeducação aos pais ou responsáveis. |