Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2008 |
Autor(a) principal: |
Guimarães, Adriana Regina Stucchi
 |
Orientador(a): |
Martin, Denise
 |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Católica de Santos
|
Programa de Pós-Graduação: |
Mestrado em Saúde Coletiva
|
Departamento: |
Saúde Coletiva
|
País: |
BR
|
Palavras-chave em Português: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
https://tede.unisantos.br/handle/tede/547
|
Resumo: |
Introdução: A Organização Mundial de Saúde (2000) calcula que 80% da população mundial utiliza remédios caseiros. O uso da fitoterapia não remete apenas ao cuidado da saúde, mas também ao contexto sociocultural em que as pessoas vivem. Objetivo: Analisar o uso e o significado de plantas medicinais por mulheres que fabricam medicamentos caseiros na comunidade Santa Cruz dos Navegantes. Objetivos específicos: Identificar as plantas medicinais utilizadas pelas praticantes de fitoterapia e suas indicações; Descrever o processo de produção dos medicamentos caseiros; Analisar a relação da medicina popular com a medicina oficial. Metodologia: Estudo qualitativo, fundamentado teoricamente na Antropologia. Técnicas: observação etnográfica e seis entrevistas em profundidade com mulheres praticantes de fitoterapia. Local: Santa Cruz dos Navegantes, Guarujá, São Paulo. Resultados: As entrevistadas possuem o hábito de cultivar plantas medicinais em suas residências ou procuram vizinhas, amigas ou familiares que tem plantações e fornecem esses fitoterápicos para a comunidade. A preparação dos remédios caseiros utiliza duas fontes de informação: as recomendações da Pastoral da Criança e a tradição do uso passada pela família nos locais de origem (a maioria das entrevistadas eram migrantes do nordeste do país). A população procura estas mulheres com queixas específicas, de doenças menos graves. As entrevistadas avaliam a possibilidade de tratamento com remédios caseiros, advertindo sobre o uso inadequado. As mulheres associaram o consumo de remédios caseiros à fé em Deus. Os serviços médicos são utilizados paralelamente à utilização de fitoterápicos, assim como em situações consideradas de difícil cura com os remédios caseiros. Observou-se não existem conflitos entre a medicina oficial e a medicina popular. A medicina popular mostrou ser uma prática alternativa e considerada mais natural que o modelo de medicina oficial. Conclusão: Ficou evidente que estas mulheres, ao produzirem e prescreverem os medicamentos caseiros, desenvolvem uma função terapêutica importante dentro da comunidade. A eficácia destes medicamentos vai muito além de seus princípios farmacológicos. Desta maneira, saúde e doença se inserem no contexto sociocultural dos moradores desta comunidade. Neste contexto, misturam-se conhecimentos científicos, tradições populares e religiosidade. |