O direito à educação : percepções/representações dos/as professores/as sobre a diversidade cultural e as pedagogias de inclusão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Vilalva, Adriana Mallmann lattes
Orientador(a): Abdalla, Maria de Fátima Barbosa lattes
Banca de defesa: Saul, Alexandre, Jubilut, Liliana Lyra, Vilarreal, Augustin, Nhantumbo, Hermínio Ernesto
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Católica de Santos
Programa de Pós-Graduação: Doutorado em Educação
Departamento: Centro de Ciências da Educação e Comunicação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://tede.unisantos.br/handle/tede/7996
Resumo: Este trabalho tem por objetivo analisar as percepções/representações dos/as professores/as dos anos finais do Ensino Fundamental sobre suas práticas pedagógicas diante dos desafios da diversidade cultural em uma Escola que acolhe adolescentes migrantes/refugiados, a fim de compreender se é possível desenvolver pedagogias de inclusão para que todos tenham direito à Educação. A investigação se justifica, pois, na última década, a população de jovens refugiados tem aumentado nas escolas brasileiras conforme dados obtidos junto ao ACNUR (2020, 2021), demandando estudos sobre essa temática tão emergente. Integra-se ao projeto maior intitulado “Olhares psicossociais para a prática docente”, desenvolvido pelo Centro Internacional de Estudos em Representações Sociais e Subjetividade – Educação/CIERS-ed/FCC, e, também, faz parte da Cátedra Sérgio Vieira de Mello (UNISANTOS). Nesta perspectiva, fundamenta-se nas teorias bourdieusiana e moscoviciana; assim como em autores que se dedicam às temáticas referentes às políticas sociais ligadas às migrações forçadas, às políticas educacionais e de formação docente, às pedagogias de inclusão e ao direito à educação. Trata-se de uma pesquisa qualitativa que se estrutura: 1º na análise documental de legislações específicas sobre os refugiados e as políticas educacionais de acolhimento, integração e inclusão; 2º na pesquisa de campo, destacando quatro fases: a) reuniões com equipe gestora e professores/as de uma escola pública do Estado de São Paulo que recebe alunos/as refugiados/as e/ou migrantes, a fim de compreender o contexto da escola e de seus agentes; b) observação de salas de aula de duas professoras (História e Língua Portuguesa), para apreender como são realizadas as interações e ações; assim como os projetos em desenvolvimento voltados para integração e inclusão; c) entrevistas narrativas, para entender os “espaços dos possíveis” no tocante às pedagogias de inclusão, acolhimento e integração dos alunos das respectivas professoras; d) aplicação de questionário, com questões abertas, fechadas e de evocação, para outros professores da mesma Escola. A análise de conteúdo (BARDIN, 2007) privilegiou duas dimensões: 1ª Diversidade cultural - anunciando como categoria de análise as “percepções/representações dos/as professores/as sobre a diversidade cultural”, e desenvolvendo duas unidades de sentido: a) efeitos das políticas educativas no direito à Educação; e b) desafios do trabalho docente frente à diversidade cultural; 2ª Pedagogias de inclusão - indicando como categoria de análise as “percepções/representações sociais dos/as professores/as sobre as pedagogias de inclusão”, e abordando duas unidades de sentido: a) necessidades/perspectivas de formação; e b) organização da prática pedagógica: estratégias de acolhimento, integração e inclusão. Dentre os resultados, mencionam-se os mais significativos: 1º as políticas públicas educacionais propagam o direito à Educação, propondo garantir o acesso e a permanência dos estudantes migrantes/refugiados nas escolas públicas; entretanto, observam-se efeitos de exclusão, como marcas das “relações de força”, que são efetivadas por processos históricos, políticos e sociais que se dão na Escola; 2º há inúmeros desafios para o trabalho docente, em especial, quando se tem que superar as barreiras linguísticas e as diferentes culturas trazidas por esses estudantes, e lidar com problemas de violência escolar; 3º por outro lado, há salas-ambiente e dinâmicas, que envolvem, integram e incluem o alunado; assim como há diferentes projetos e estratégias didáticas, como os “roteiros de aprendizagem”, que contribuem para abrir espaços de possibilidades e/ou momentos de acolhimento e de inclusão social, configurando “relações de sentido” para os sujeitos da pesquisa; e 4º quanto às pedagogias de inclusão, destaca-se que há necessidades de formação por parte dos docentes (falta de preparo, qualificação, entre outras); mas, ao mesmo tempo, abrem-se espaços significativos para a organização da prática pedagógica que inclui estratégias de acolhimento, integração e inclusão, que são reinventadas a cada dia a fim de que se alcance o direito à Educação.