Cessação de tabagismo em pacientes intervidos cirurgicamente por doença tabaco-relacionada

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Stobbe, Júlio César lattes
Orientador(a): Chatkin, José Miguel lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Medicina e Ciências da Saúde
Departamento: Faculdade de Medicina
País: BR
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/1596
Resumo: Este estudo buscou verificar se a realização de procedimentos cirúrgicos por doenças tabacorelacionadas, após aconselhamento breve, modifica a taxa de cessação de tabagismo, mensurada pelo monóxido de carbono exalado e carboxi-hemoglobina, em relação ao grupo controle com pessoas que sofreram intervenção cirúrgica por doenças não tabaco-relacionadas no Hospital São Vicente de Paulo de Passo Fundo-RS. Tratou-se de um estudo prospectivo, longitudinal, com intervenção e grupo controle contemplando pacientes no pós-operatório por doenças tabaco-relacionadas ou doenças não tabaco-relacionadas que receberam orientações sobre a importância da cessação do tabaco (aconselhamento breve) e após um período de trinta dias foram mensurados o monóxido de carbono exalado e a carboxi-hemoglobina em âmbito domiciliar nos dois grupos. Após a coleta de dados e análise estatística por covariância, verificou-se que a mediana de monóxido de carbono exalado no grupo cirurgia por doença tabaco-relacionada foi de 5 (AIQ 25-75: 3 a 14) e, no grupo cirurgia por doença não tabaco-relacionada 11 (AIQ 25-75: 4 a 22), com P = 0,23. Dados semelhantes foram encontrados com a mensuração da carboxi-hemoglobina, ou seja, verificou-se a média de carboxi-hemoglobina no grupo cirurgia por doença tabaco-relacionada de 1,6 (±1,6) e, no grupo cirurgia por doença não tabaco-relacionada 2,3 (±2,0), P = 0,080. Porém, analisada a variabilidade no número de cigarros fumados ( nº = Nº cigarros fumados antes da cirurgia - Nº cigarros fumados após a cirurgia), após análise de covariância, percebeu-se uma redução percentual de -92,2% no grupo cirurgia por doença tabaco-relacionada e de -69,9% no grupo cirurgia por doença não tabaco-relacionada, com P = 0,015. Como fator de influência nessa redução, a escolaridade foi o fator predominante, com redução de 35,9 pontos percentuais no grupo com mais de 11 anos de estudo e de 3,4 pontos percentuais no grupo com menos de 11 anos de estudo, com P = 0,022. Não houve evidência significativa de que os níveis de monóxido de carbono exalado e a carboxi-hemoglobina, após trinta dias de alta hospitalar, sejam diferentes entre os grupos operados por doença tabaco-relacionada e doença não tabaco-relacionada. O grau de escolaridade, entretanto, foi um fator de influência positiva para redução do número de cigarros fumados após intervenção breve em pacientes do grupo que sofreu intervenção cirúrgica por doença tabaco-relacionada.