Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Porto, Juliana Antola
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Orientador(a): |
Nunes, Magda Lahorgue |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
eng |
Instituição de defesa: |
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Medicina e Ciências da Saúde
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Departamento: |
Escola de Medicina
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/7867
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Resumo: |
As bases neurais do processamento da emoção facial na infância são amplamente desconhecidas. Os fatores ambientais que podem afetar o processamento facial e o reconhecimento emocional ao longo do curso de desenvolvimento também são pouco compreendidos. No entanto, acredita-se que as experiências iniciais, particularmente envolvendo exposição repetida a faces emocionais dos cuidadores, influenciem esse curso. O objetivo deste estudo foi investigar os correlatos neurais do processamento de faces emocionais em lactentes usando a espectroscopia funcional no infravermelho próximo (fNIRS), e examinar a possível influência das experiências emocionais iniciais dos lactentes, indiretamente medida pela investigação de sintomas de ansiedade materna. Foram avaliadas 29 crianças de 5 meses de idade e suas mães, recrutadas de uma amostra da comunidade de Boston, EUA. A ansiedade materna foi avaliada usando o componente traço do Inventário de Ansiedade Traço-Estado (STAI-T). Os lactentes observaram imagens visuais estáticas de faces femininas retratando expressões de alegria e medo, enquanto as respostas hemodinâmicas corticais foram medidas usando fNIRS. As respostas de oxihemoglobina (oxiHb) e deoxihemoglobina (deoxiHb) nas áreas frontais, parietais e temporais foram comparadas entre as faces emocionais, e entre filhos de mães com níveis altos e baixos de sintomas de ansiedade. Os resultados demonstraram efeito principal significativo da emoção (p=0,022), evidenciado pelo aumento na concentração de oxiHb para faces de alegria em comparação a faces de medo. Ademais, observou-se efeito principal significativo da região (p=0,013), induzido por maior concentração de oxiHb nas regiões corticais temporais em relação às regiões corticais frontais (p=0,031). Além disso, houve uma interação significativa entre emoção, hemisfério e ansiedade (p=0,037). As análises revelaram que filhos de mães com alta ansiedade demonstraram uma resposta hemodinâmica significativamente elevada no hemisfério esquerdo para faces de alegria, em comparação com faces de medo no hemisfério direito (p=0,040) e esquerdo (p=0,033). Os resultados indicam que lactentes de 5 meses discriminaram faces de alegria em comparação com faces de medo, evidenciado pela maior ativação para a primeira. A maior ativação nas regiões temporais em relação às áreas frontais foi discutida em relação à ontogênese do processamento facial e às redes neurais de reconhecimento emocional. A resposta mais acentuada, comparando faces de alegria e medo observada nos filhos de mães com alta ansiedade, pode estar relacionada a alterações no ambiente emocional dessas crianças em comparação com os filhos de mães com baixa ansiedade. Assim, os níveis de ansiedade materna parecem moderar as respostas cerebrais hemodinâmicas das crianças às faces emocionais. |