Proletários de todo o mundo, higienizai-vos! : o discurso higienista impresso nos jornais dos trabalhadores (Porto Alegre: 1900-1919)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Cadaviz, Aline Kassick lattes
Orientador(a): Abrão, Janete Silveira lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História
Departamento: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas
País: BR
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/2341
Resumo: Este trabalho se propõe a analisar a incidência do discurso médico-higienista veiculado nos jornais porto-alegrenses direcionados à classe trabalhadora entre os anos de 1900 a 1919. Tal estudo se justifica pelo processo de medicalização que a sociedade brasileira foi submetida a partir de meados do século XIX e que ganha força com a instauração do regime republicano. Inicialmente direcionada às classes mais abastadas, a proposta de medicalização da sociedade logo atinge também os setores populares, que se tornam alvos sistemáticos de campanhas educativas e controladoras, visando a moralização e a higienização de suas condutas. Ainda que as instituições (educadoras, punitivas, hospitalares, repressivas etc.) fossem o lugar privilegiado para a implantação das políticas públicas e iniciativas privadas de controle sobre os corpos, também há eco do discurso higienista na imprensa da época, poderoso instrumento de formação de opinião. Em se tratando da imprensa de grande circulação, ligada a setores políticos e econômicos do estado, não causa surpresa a defesa das políticas higienistas que cotidianamente era publicada em seus números. No entanto, os pequenos jornais que circulavam em Porto Alegre e que se auto-intitulavam representantes dos trabalhadores nos apresentam uma versão não diferente deste processo de medicalização. Ainda que defendendo outros argumentos ou promovendo pontos-de-vista distintos daqueles utilizados pela grande imprensa, instituições e governos, os jornais analisados neste trabalho carregam em suas páginas muitos traços do higienismo que se buscava difundir e, mesmo que em meio a críticas e ressalvas, tornaram-se mais um instrumento de reafirmação da influência da ciência e dos interesses capitalistas sobre a organização da sociedade.