Ecologia cognitiva e forrageio social em macacos-prego, Cebus nigritus (Goldfuss,1809)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Gomes, Daniela Fichtner lattes
Orientador(a): Bicca-marques, Júlio César lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Zoologia
Departamento: Faculdade de Biociências
País: BR
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/143
Resumo: Estudos experimentais abordando a ecologia cognitiva de primatas na natureza permitem controlar, manipular e testar os diferentes tipos de informação ecológica e social utilizadas na tomada de decisões de forrageio. Tais estudos são recentes e têm enfocado poucas espécies de macacos do Novo Mundo. Nesta pesquisa foi avaliada a habilidade de um grupo social de macacos-prego, Cebus nigritus, de utilizar informação espacial, visual, olfativa e quantitativa. O grupo era composto por oito indivíduos (um macho adulto, cinco fêmeas adultas, um macho imaturo e uma fêmea imatura) e habitava um fragmento florestal em Porto Alegre, RS. A pesquisa envolveu a construção de uma estação de alimentação composta por oito plataformas de alimentação distribuídas em um arranjo circular. Seis experimentos, com duração de 20 dias cada, foram conduzidos de março a agosto de 2005. Entre cada experimento foi realizado um intervalo de cinco dias. Em cada experimento, apenas duas plataformas de alimentação continham uma recompensa alimentar (banana verdadeira), enquanto as demais continham uma banana plástica ou uma banana verdadeira indisponível. A coleta de dados foi realizada pelo método de amostragem de todas as ocorrências. O grupo realizou ao longo do estudo um total de 571 inspeções às plataformas de alimentação. Os macacos-prego apresentaram um desempenho significativo no uso da informação espacial (localização constante do alimento; Z=4,926, p<0,001) e visual (diferença entre bananas verdadeiras e falsas; Z=3,412, p<0,001), mas não utilizaram a informação olfativa (cheiro da bananas verdadeiras) para localizar as recompensas alimentares (Z=0,472, NS). A utilização da informação de quantidade de alimento disponível nas plataformas com recompensa foi pouco evidenciada pelos indivíduos do grupo durante suas decisões de forrageio. Os membros do grupo utilizaram diferentes estratégias de forrageio. Enquanto alguns animais procuraram intensamente por alimento na estação de alimentação (batedores), outros investiram pouco nesta atividade (usurpadores). Alguns outros, adotaram uma estratégia intermediária (oportunistas). O macho adulto dominante do grupo comportouse como batedor e monopolizou o acesso ao alimento em grande parte dos experimentos. A ordem de chegada dos indivíduos às plataformas de alimentação com recompensa teve uma influência direta sobre a quantidade de alimento consumida, a qual foi confirmada pela vantagem do batedor.