Ecologia cognitiva e forrageio social em híbridos de Callithrix penicillata x Callithrix jacchus (primates: cebidae: callitrichinae), introduzidos na Ilha de Santa Catarina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Nunes, Aline Moser lattes
Orientador(a): Bicca-marques, Júlio César lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Zoologia
Departamento: Faculdade de Biociências
País: BR
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/258
Resumo: As decisões individuais de forrageio nos grupos sociais de primatas podem depender de como os animais avaliam a posição hierárquica de seus potenciais competidores, além do modo como utilizam as informações ecológicas disponíveis. Este trabalho teve como objetivo avaliar de que forma a disponibilidade de informações visuais (diferenças entre bananas falsas e verdadeiras), olfativas (cheiro do alimento), espaciais (localização do alimento) e de quantidade de alimento (número de bananas disponíveis) influenciam o comportamento de forrageio de sagüis (híbridos introduzidos de Callithrix jacchus e Callithrix penicillata) na natureza. Foram identificadas, também, as estratégias utilizadas por cada indivíduo do grupo durante o forrageio. Os dados foram coletados durante um estudo experimental de campo realizado em Florianópolis, Santa Catarina, Brasil, entre abril e agosto de 2005, com um grupo social composto por 4-5 indivíduos. O desenho experimental envolveu a construção de uma Estação de Alimentação contendo oito plataformas de alimentação localizadas em um arranjo circular. Em cada experimento, duas plataformas continham uma recompensa alimentar (banana), enquanto as demais continham bananas falsas ou bananas inacessíveis. O grupo mostrou evidências da utilização de informações espaciais e visuais nas decisões de forrageio. Os animais, no entanto, não apresentaram um desempenho significativo quando o experimento requeria o uso de informações de quantidade de alimento ou informações olfativas. A estratégia de forrageio adotada variou entre os indivíduos. Dois indivíduos do grupo agiram como batedores, chegando primeiro às plataformas de alimentação, enquanto outros dois agiram como usurpadores e monitoravam o seu comportamento para se apropriar de parte do alimento encontrado. Um indivíduo agiu como oportunista, apresentando uma freqüência de procura bastante próxima ao esperado pelo tamanho do grupo. Em suma, tanto os aspectos ecológicos quanto os aspectos sociais mostraram-se indispensáveis para a tomada de decisão de forrageio pelos membros do grupo.